São Paulo, domingo, 06 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Reforçado, Kosovo vai ao ataque

FUTEBOL
Território que vê craques fugirem usa Beckenbauer de escudo


RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

A maioria da seleção atua no exterior, a equipe acumula bons resultados desde 2002, promessas jogam em países vizinhos, uma das três melhores jogadoras do mundo nasceu no país, que tem liga com mais uma divisão.
A ligação de Kosovo com o futebol é antiga e forte, mas a luta continua. A Fifa ainda não autorizou o território na península balcânica a disputar jogos oficiais e a fazer parte da "família do futebol".
Na última quinta, a Fifa lavou as mãos sobre o caso e o repassou à Uefa, a entidade que rege o futebol europeu. O presidente da instituição, Michel Platini, tem rejeitado Kosovo com base na ONU, que não abraçou o território, e em alguns países, como Sérvia, Rússia e Espanha.
A Sérvia ainda disputa a posse de Kosovo, que declarou-se independente em 2008, sendo reconhecido como tal por vários países. Rússia e Espanha temem que Kosovo vire um exemplo de sucesso de separatismo.
O presidente de Kosovo, Behgjet Pacolli, ganhou na sexta um aliado para que o território dispute normalmente competições na Europa. Franz Beckenbauer, lenda do futebol que integra o Comitê Executivo da Fifa, virou "embaixador de honra" de Kosovo e de sua causa.
"Foi outorgado o título de embaixador de honra para o senhor Beckenbauer por sua contribuição à integração da Federação de Futebol de Kosovo na Uefa e na Fifa", diz o presidente em comunicado.
"O esporte é a imagem de um país. Queremos melhorar nossa imagem. Beckenbauer é um homem de paz, e pedimos que ajude o esporte de Kosovo", afirmou Pacolli.
A maior parte da população de Kosovo é de origem albanesa. Tanto que vários jogadores do território, como Beqaj, Dallku, Rrustemi, Curri, Cana e Berisha, já defenderam a seleção da Albânia.
Mas não é só a Albânia que tem lucrado com o talento boleiro dos filhos de Kosovo.
A Suíça levou para a Copa- -2010 o promissor Shaqiri, meio-campista de 19 anos do Basel que já serve a seleção suíça desde a base. Ele é um dos casos de atletas que deixaram Kosovo bem jovens. A Suíça já tinha usado o kosovar Behrami na Copa-2006.
Dentre tantos que tiveram que deixar o país, destaca-se uma garota que foi eleita em 2010 a terceira melhor jogadora do planeta: Fatmire "Lira" Bajramaj, meio-campista de 22 anos que já foi campeã mundial com a Alemanha.
Apelidada de "Garota Glamour", Bajramaj precisou fugir com os pais de Kosovo quando tinha só quatro anos.
Mais de uma década depois da Guerra de Kosovo, a região experimenta uma paz que ainda não pôde ser levada de forma oficial a campo.


Texto Anterior: Com um a mais, time tropeça e ouve vaias
Próximo Texto: Seleção se destaca dentre as "outsiders"
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.