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Bola parada
Impasse na divisão de receita de US$ 9 bi entre atletas e donos de times ameaça temporada da NFL
LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO
A divisão da receita de US$
9 bilhões (R$ 14,8 bilhões)
gerada pela NFL, a liga profissional de futebol americano dos EUA, está prestes a colocar em dúvida a realização
da temporada de 2011 do esporte mais lucrativo do país.
O impasse entre os donos
dos times e os jogadores chegou a um ponto crítico na semana passada. As negociações para um novo acordo
coletivo, que regula a relação
entre as franquias e os atletas, não foram concluídas.
O pacto atual expirava à
meia-noite do dia 4, mas foi
estendido por alguns dias.
Se não houver um entendimento, a ação mais provável
é um locaute determinado
pelos proprietários para
pressionar os jogadores.
Se acontecer, os atletas
não terão acesso nesse período à estrutura de treinos das
franquias, que podem também suspender pagamentos
e assistência médica.
O principal ponto de discórdia entre as partes é a divisão do dinheiro. Até então, os
proprietários tinham direito
à quantia fixa de US$ 1 bilhão
para despesas e dividiam o
resto com os jogadores.
Agora, exigem dobrar esse
valor. Argumentam que, com
a crise econômica, precisam
de mais verbas para manter
os investimentos nos times.
Os atletas refutam a ideia e
querem manter as bases do
atual acordo, que rende a
eles 50% do total de receitas.
Caso o locaute se confirme, será o primeiro da história da NFL. Outras ligas já enfrentaram essa situação: em
2004, toda a temporada da
NHL (liga de hóquei) foi cancelada pela greve patronal.
A indecisão acontece justamente no auge de popularidade do esporte. O Super
Bowl deste ano, vencido pelo
Green Bay Packers, foi o programa de TV de maior audiência registrada nos EUA.
Os prejuízos também podem ser astronômicos com
uma paralisação. Estima-se
que cada uma das 32 cidades
com times na liga arrecade
US$ 160 milhões (R$ 263 milhões) por temporada.
"Isso será resolvido por
meio de negociação, não em
litígio. Conversar é melhor",
disse o chefe da NFL, Roger
Goodell, após reunião entre
proprietários e representantes da associação de jogadores, anteontem. "Nossos atletas só querem jogar futebol",
falou o diretor-executivo do
sindicato, DeMaurice Smith.
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