São Paulo, domingo, 06 de março de 2011

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Bola parada

Impasse na divisão de receita de US$ 9 bi entre atletas e donos de times ameaça temporada da NFL

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

A divisão da receita de US$ 9 bilhões (R$ 14,8 bilhões) gerada pela NFL, a liga profissional de futebol americano dos EUA, está prestes a colocar em dúvida a realização da temporada de 2011 do esporte mais lucrativo do país.
O impasse entre os donos dos times e os jogadores chegou a um ponto crítico na semana passada. As negociações para um novo acordo coletivo, que regula a relação entre as franquias e os atletas, não foram concluídas.
O pacto atual expirava à meia-noite do dia 4, mas foi estendido por alguns dias.
Se não houver um entendimento, a ação mais provável é um locaute determinado pelos proprietários para pressionar os jogadores.
Se acontecer, os atletas não terão acesso nesse período à estrutura de treinos das franquias, que podem também suspender pagamentos e assistência médica.
O principal ponto de discórdia entre as partes é a divisão do dinheiro. Até então, os proprietários tinham direito à quantia fixa de US$ 1 bilhão para despesas e dividiam o resto com os jogadores.
Agora, exigem dobrar esse valor. Argumentam que, com a crise econômica, precisam de mais verbas para manter os investimentos nos times.
Os atletas refutam a ideia e querem manter as bases do atual acordo, que rende a eles 50% do total de receitas.
Caso o locaute se confirme, será o primeiro da história da NFL. Outras ligas já enfrentaram essa situação: em 2004, toda a temporada da NHL (liga de hóquei) foi cancelada pela greve patronal.
A indecisão acontece justamente no auge de popularidade do esporte. O Super Bowl deste ano, vencido pelo Green Bay Packers, foi o programa de TV de maior audiência registrada nos EUA.
Os prejuízos também podem ser astronômicos com uma paralisação. Estima-se que cada uma das 32 cidades com times na liga arrecade US$ 160 milhões (R$ 263 milhões) por temporada.
"Isso será resolvido por meio de negociação, não em litígio. Conversar é melhor", disse o chefe da NFL, Roger Goodell, após reunião entre proprietários e representantes da associação de jogadores, anteontem. "Nossos atletas só querem jogar futebol", falou o diretor-executivo do sindicato, DeMaurice Smith.


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