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O PERSONAGEM
Ex-ídolo fala em desgaste e saúde na saída do clube
DA REPORTAGEM LOCAL
Roberto Rivellino, 30 anos
depois de deixar o Corinthians
como jogador, anunciou ontem oficialmente sua saída do
cargo de diretor técnico do time que o projetou. Como em
1974, quando perdeu a final para o Palmeiras, ele saiu sem ter
realizado o sonho de ser campeão paulista pelo Corinthians.
O ex-jogador corintiano assumiu cargo de dirigente no segundo semestre do ano passado, mas enfrentou vários problemas. Em poucos meses, trabalhou com três técnicos: Júnior, Juninho e Oswaldo de Oliveira. Na despedida, falou que
estava desgastado e também
preocupado com a sua saúde.
Pergunta - Por que você decidiu deixar o Corinthians?
Rivellino - Tomei a posição
porque não tinha condição de
trabalho adequada. A minha
função foi distorcida no Corinthians. Não tinha o poder que
deveria ter. Nunca fui de romper contrato, mas saí porque
estava me desgastando muito.
Pergunta - O que estava mais
te desgastando no clube?
Rivellino - Fiquei muito desgastado com os problemas das
contratações [foram 13 para o
Paulista]. Mas todos os jogadores foram avaliados e aprovados pela comissão técnica.
Pergunta - Você acha que a situação do Corinthians pode melhorar com a sua saída?
Rivellino - Existe uma dificuldade, mas espero que o Corinthians saia dela logo. Em pouco
tempo eu acho difícil mudar o
panorama. Pode ser que melhore com a minha saída.
Pergunta - Quais atletas você
tentou contratar e não pôde devido às limitações financeiras?
Rivellino - Grafite, Fabão, Gilberto, Dimba, Alex Oliveira e o
Athirson. No ano passado, a situação financeira no clube já
estava difícil, e o Corinthians já
tinha perdido muitos atletas.
Pergunta - Sentiu-se traído?
Rivellino - Não fui traído por
ninguém.
Pergunta - Quais os planos?
Rivellino - Eu e minha família
estamos preocupados. A gastrite incomoda. Hoje, fumo três
maços de cigarro. Deixo o Corinthians para cuidar de mim.
Não aceitaria trabalhar em nenhum clube agora.
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