São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2005

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FUTEBOL

Contra Cianorte, pela Copa do Brasil, equipe tenta pela primeira vez reverter desvantagem de 3 a 0 em mata-matas

Corinthians busca o que nunca conseguiu

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

"O Corinthians é o time da virada", costuma cantar a torcida da equipe. Mas a virada não é hábito quando o clube disputa um mata-mata e tem de reverter um 3 a 0.
E é nessa condição que o time entra em campo hoje, às 20h30, contra o modesto Cianorte, do Paraná, por uma vaga na terceira fase da Copa do Brasil. Para isso, terá de vencer o oponente por 4 a 0. Triunfo por 3 a 0 leva a decisão para os pênaltis. Se os paranaenses fizerem um gol, os paulistas irão precisar marcar cinco.
Será o maior desafio corintiano nesta temporada até agora.
O título do torneio é fundamental na estratégia da parceria Corinthians/MSI, que planeja vencer a Taça Libertadores no próximo ano e fazer do Corinthians o principal time do continente.
O plano de internacionalização, no entanto, esbarra em um placar adverso que jamais foi superado pelos corintianos em competições disputadas em mata-matas.
Em três ocasiões, o time encerrou a primeira partida de um confronto derrotado por 3 a 0.
A primeira vez em 1991, na final do Paulista contra o São Paulo de Raí. A volta foi 0 a 0.
Em 1996, nas quartas-de-final da Libertadores, o carrasco corintiano foi o Grêmio, em pleno Pacaembu. No segundo confronto, em Porto Alegre, o time venceu por um insuficiente 1 a 0.
No ano seguinte, foi a vez de o Flamengo eliminar o rival do Parque São Jorge na primeira fase do Torneio Rio-São Paulo. Na outra partida, em São Paulo, os corintianos fizeram 2 a 0.
No total, a equipe tem bom retrospecto em mata-matas. Já disputou 188 jogos nesse sistema e obteve 62,8% de aproveitamento, com 59 classificações (sendo campeão 11 vezes) e 35 eliminações.
Se forem contabilizados apenas os confrontos pela Copa do Brasil, a eficiência corintiana é maior. Em 76 partidas, foram 27 qualificações e 11 insucessos -aproveitamento de 71,1%.
"Futebol não é como matemática, onde dois mais dois são quatro. Não é uma ciência exata, tudo é imprevisível. Mas acredito que meu time irá sair para o jogo e pressionar. O Corinthians tem que ser agressivo", afirma o técnico Daniel Passarella.
Apesar do discurso do argentino, os números mostram que sua equipe atual chegou poucas vezes aos três gols. Neste ano, em só seis de seus 18 jogos o Corinthians alcançou essa marca.
E em só um deles (6 a 1 no União São João) o Corinthians balançou a rede mais do que três vezes. O Cianorte, que tem média de 0,95 gol sofrido por partida nesta temporada, só levou três gols em apenas duas delas: 3 a 1 diante do Rio Branco e 3 a 3 contra o Roma, ambas pelo Paranaense.
"Não me preocupa isso. Não tínhamos que fazer três gols. Amanhã [hoje] nós temos, e estamos preparados", declara o técnico.
Os torcedores corintianos também crêem que a equipe esteja pronta para bater o adversário sulista. E deram mostras disso anteontem, quando esgotaram os 36.200 ingressos para o jogo.
"Se eles acreditam na gente, temos de acreditar mais ainda", afirmou o meia Roger, que não teve a escalação confirmada.
"Me disseram que o Corinthians sempre foi o time da virada. Espero que ele mantenha esse costume", completou Passarella.


Colaborou Fábio Tura, do Datafolha
NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 20h30


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