|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FÁBIO SEIXAS
Mundial de Cartolas
Chefes ganham espaço numa F-1 repleta de veteranos às portas da aposentadoria e de jovens em busca de espaço
O FORA-DE-SÉRIE parou. Aquele que, de dentro do cockpit,
era capaz de mudar uma corrida, um campeonato, uma história,
hoje prefere passar os dias jogando
futebol e observando baleias. Sobraram alguns veteranos-figurantes. E
um bando de jovens promissores.
Alguns candidatos a gênio, é fato,
mas ainda assim, jovens. Bicampeão
Alonso incluído, jovens ainda em
busca dos próprios espaços, das próprias marcas, das próprias histórias.
Acima deles, da velha e da nova gerações, sobrou uma turma já citada
nesta coluna como o "Piranha Club"
-título de um livro lançado há alguns anos na Inglaterra e que conta
as trajetórias dos chefões da F-1.
Seus mais notáveis exemplares,
Todt, Briatore e Dennis. Ferrari, Renault e McLaren. Que, de repente,
encontraram neste 2007 as condições ideais para fazerem o que mais
gostam: exercerem o poder a torto e
a direito e, diretamente, influenciarem no desfecho do campeonato.
Com Schumacher por perto, não
dava. Briatore e Dennis poderiam
planejar o que quisessem, que sempre sobraria aquela pergunta típica
dos boleiros: "Vocês combinaram
com o alemão?" Da mesma forma,
Todt estava firmemente amarrado a
seu número 1. E embora a aliança tenha sido a mais bem-sucedida de todos os tempos, não é difícil imaginar
momentos em que o centralizador
francês tenha se irritado com o poder intramuros do multicampeão.
Agora, o que eles têm em mãos?
O ferrarista, dois pilotos que estão
loucos para superar um ao outro e
mostrar que merecem tratamento
prioritário na luta pelo título. O
francês seguirá o embate de camarote até o momento da decisão, que caberá a ele. E que o preterido terá de
aceitar. A história da Ferrari em
2007 dependerá de Todt. Só dele.
A Briatore cabem dois pilotos em
estágios opostos nas carreiras. Cabem também os destinos dessas carreiras. Com uma canetada, o italiano
pode despachar Fisichella ou Kovalainen e promover Nelsinho. Vai
acontecer mais cedo ou mais tarde
nesta temporada, pode apostar. O
que vai obviamente alterar a estrutura do time e o rumo do campeonato. Na equipe francesa, mais que nas
suas rivais, os pilotos são marionetes. A história da Renault em 2007
dependerá de Briatore. Só dele.
Dennis tem em mãos um bicampeão mundial e um novato. Mas leva
na cabeça um dogma que o impede
de acionar o rádio para ordenar inversão de posições. Uma teimosia,
até, e que pode custar pontos importantes ao espanhol, teoricamente o
favorito a entrar na briga. Por mais
marrento que Alonso seja, porém,
não jogará pedras no chefe. Porque
sabe que o troco pode ser um paralelepípedo. A história da McLaren em
2007 dependerá de Dennis. Só dele.
E assim me parece a nova F-1 que
está na Malásia. Por ora sem um
grande herói de capacete, uma F-1
em que os chefes, e só eles, são os
fiéis da balança. Este ano já está assistindo a um Mundial de Cartolas.
AJUDA DOS CÉUS
Raikkonen deve trocar de motor,
o que não seria tão ruim como parece. Largar em 11º ou 12º em Sepang, com um motor zero, pode ter
suas vantagens. O problema, sim,
será para a corrida seguinte. Mas aí
entra a meteorologia. Deve chover
no domingo. E no Bahrein não é tão
quente como muita gente pensa...
FIM DA LINHA
A GP2 fechou seu grid com 26 pilotos, cinco deles brasileiros: Di
Grassi, Negrão, Senna, Pizzonia e
Jimenez. Preste atenção a esses
nomes. Tirando o adolescente Pedro Bianchini, adotado pela Red
Bull, a próxima geração não existe.
RECOMEÇO?
Foco único de resistência à pasmaceira da CBA, a Fórmula São
Paulo disputa sua terceira etapa no
domingo, em Interlagos.
fseixas@folhasp.com.br
Texto Anterior: Pan-2007: Concessão teve dois editais, e CPI quer investigar licitação Próximo Texto: Santos supera Defensor e segue 100% Índice
|