São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2011

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Globo toma poder sobre tabela

RACHA
Por contrato, clubes não terão voz, de 2012 a 2015, em relação aos jogos do Brasileiro

BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC
PAULO VINICIUS COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

Os clubes que assinaram e os que assinarem com a Globo não poderão opinar na elaboração das tabelas dos Brasileiros de 2012 a 2015.
Segundo os contratos firmados aos quais a Folha teve acesso, serão CBF e Globo as únicas entidades responsáveis por produzir e alterar as tabelas das competições.
As duas aliadas disputam ferozmente com o Clube dos 13 os contratos mais caros da história do futebol brasileiro.
Embora isso já acontecesse na prática em edições anteriores do torneio nacional, é a primeira vez que a Globo coloca em contrato o poder de modificar a tabela sem precisar do aval dos clubes.
"A CBF se compromete a elaborar a tabela do campeonato em cada uma das temporadas, de comum acordo com a cessionária [Globo], buscando viabilizar o pleno exercício dos direitos neste instrumento adquiridos...", versa a cláusula 4ª do novo contrato de TV aberta.
"A tabela deverá ser elaborada de forma a permitir que no mesmo dia e horário sejam realizados, no mínimo, partidas do interesse de São Paulo e Rio de Janeiro, ou seja, com participação de clubes dessas cidades, fora dessas praças, que viabilizem a transmissão dessas partidas para ambas as cidades", complementa o item.
Para finalizar, é dito que, uma vez publicada a tabela, qualquer modificação poderá ser feita somente com "prévia e expressa anuência da cessionária [Globo]".
Ao assinar esse contrato, os clubes, portanto, comprometem-se a aceitar a tabela produzida por Globo e CBF sem poder opinar. E, caso não se cumpra a tabela por qualquer motivo, o acordo dita que as equipes paguem uma multa à emissora.
A reportagem apurou que, no acordo anterior, a tabela era elaborada de comum acordo entre times e C13, junto à CBF e com participação da Globo. A emissora, entretanto, não tinha essa liberdade descrita em contrato.
"Colocar isso em contrato é um crime, um desrespeito. Tem que perguntar o que os destruidores do futebol brasileiro acham disso. Pergunta para o seu Andres [Sanchez], seu [Zezé] Perrella...", afirmou o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil.


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