|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ronaldo até marca, mas, não alcança ressurreição
Uma semana após atuação pífia no Rio, atacante tem bom desempenho
Protagonista da primeira partida, Adriano joga mal, não aparece em campo, mas sai com a classificação às quartas da Libertadores
Eduardo Knapp/Folha Imagem
|
|
Cabisbaixo, Ronaldo se dirige ao
vestiário após a eliminação
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes de entrar no estádio, o
torcedor Frajola ergueu sua faixa: "Ronaldo, você é como a fênix que sempre renasce das
cinzas". Músico, orgulhava-se
da metáfora, exaustivamente
usada por tantos antes dele.
E Ronaldo ontem até tentou.
Fez seu gol. Mas não foi suficiente. Perdeu o poder de renascer das cinzas, como acontecera na Copa de 2002, como
acontecera na sua estreia pelo
Corinthians, há um ano.
A oportunidade era perfeita.
Mas quis o destino que o atacante, que carregou consigo o
peso do recalque corintiano
por nunca ter conquistado uma
Libertadores da América, fosse
vítima justamente de seu (ex-)time de coração: o Flamengo.
Para Frajola, que não quis revelar o time do coração, era Ronaldo Futebol Clube x Flamengo. E, para o próprio Ronaldo,
de certa forma, o principal confronto era esse também.
E, se no Maracanã, diante da
torcida rubro-negra, Ronaldo
protagonizou uma atuação pífia, ontem, empurrado pela
Fiel, ele vestiu de fato a camisa
do Corinthians. Pelo menos, no
primeiro tempo da partida.
"Quando você está no Pacaembu, realmente vê o que é
ser corintiano", afirmou Ronaldo em outubro de 2009.
A força do Pacaembu lotado
inspirou o camisa 9. Em 15 minutos de jogo em São Paulo,
Ronaldo já havia feito mais do
que nos 83 minutos em que esteve em campo no Rio. Participou do primeiro lance perigoso
do time aos 6min e, depois disso, ainda chutou três vezes a
gol. Tudo isso apenas no primeiro terço da etapa inicial.
E o primeiro gol do Corinthians teria surgido da força da
imponência de Ronaldo? O zagueiro flamenguista David, até
então um de seus "carrapatos",
junto com Rômulo, afastou-se
por um instante da marcação
para afastar o perigo. Acabou se
atrapalhando e marcando contra. Ronaldo vibrou, mas nem
tanto. O duelo paralelo ainda
estava empatado em 1 a 1.
Aos 40min, o alívio veio de
uma forma incomum. De cabeça, Ronaldo marca e sorri. Os
colegas o cercam e o abraçam.
Era até irônico. Na mesma
hora, Adriano rolava, do outro
lado do campo, com dores após
choque com o goleiro Felipe.
Protagonista do primeiro jogo,
Adriano inverteu os papéis com
o amigo Ronaldo. O flamenguista foi inoperante até o fim.
Apesar disso, a reação do time carioca veio no segundo
tempo, na mesma proporção
em que Ronaldo ia se apagando.
Após o gol de Vagner Love, o
corintiano discutiu com a defesa de sua equipe e conduziu a
bola para o meio de campo.
Afora um lampejo ou outro,
não fez o gol decisivo, aquele
que lhe garantiria de novo a
condição de fênix. E, como no
Paulista, viu outra promessa, a
de chegar à final, cair por terra.
Aquele gol que valeria cada
centavo dos cerca de R$ 15 milhões que ele ganhará neste ano
entre patrocínios e salários.
Aquele gol que faria os críticos esquecerem do seu peso.
Ou simplesmente aquele gol
que garantiria a permanência
do sonho corintiano no ano do
centenário.
(MARIANA BASTOS, MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO BUENO)
Texto Anterior: Cara a tapa: Andres poupa Mano e refuta crise Próximo Texto: Polícia reforçada contém confusão após apito final Índice
|