São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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Ronaldo até marca, mas, não alcança ressurreição

Uma semana após atuação pífia no Rio, atacante tem bom desempenho

Protagonista da primeira partida, Adriano joga mal, não aparece em campo, mas sai com a classificação às quartas da Libertadores

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Cabisbaixo, Ronaldo se dirige ao
vestiário após a eliminação


DA REPORTAGEM LOCAL

Antes de entrar no estádio, o torcedor Frajola ergueu sua faixa: "Ronaldo, você é como a fênix que sempre renasce das cinzas". Músico, orgulhava-se da metáfora, exaustivamente usada por tantos antes dele.
E Ronaldo ontem até tentou. Fez seu gol. Mas não foi suficiente. Perdeu o poder de renascer das cinzas, como acontecera na Copa de 2002, como acontecera na sua estreia pelo Corinthians, há um ano.
A oportunidade era perfeita.
Mas quis o destino que o atacante, que carregou consigo o peso do recalque corintiano por nunca ter conquistado uma Libertadores da América, fosse vítima justamente de seu (ex-)time de coração: o Flamengo.
Para Frajola, que não quis revelar o time do coração, era Ronaldo Futebol Clube x Flamengo. E, para o próprio Ronaldo, de certa forma, o principal confronto era esse também.
E, se no Maracanã, diante da torcida rubro-negra, Ronaldo protagonizou uma atuação pífia, ontem, empurrado pela Fiel, ele vestiu de fato a camisa do Corinthians. Pelo menos, no primeiro tempo da partida.
"Quando você está no Pacaembu, realmente vê o que é ser corintiano", afirmou Ronaldo em outubro de 2009.
A força do Pacaembu lotado inspirou o camisa 9. Em 15 minutos de jogo em São Paulo, Ronaldo já havia feito mais do que nos 83 minutos em que esteve em campo no Rio. Participou do primeiro lance perigoso do time aos 6min e, depois disso, ainda chutou três vezes a gol. Tudo isso apenas no primeiro terço da etapa inicial.
E o primeiro gol do Corinthians teria surgido da força da imponência de Ronaldo? O zagueiro flamenguista David, até então um de seus "carrapatos", junto com Rômulo, afastou-se por um instante da marcação para afastar o perigo. Acabou se atrapalhando e marcando contra. Ronaldo vibrou, mas nem tanto. O duelo paralelo ainda estava empatado em 1 a 1.
Aos 40min, o alívio veio de uma forma incomum. De cabeça, Ronaldo marca e sorri. Os colegas o cercam e o abraçam.
Era até irônico. Na mesma hora, Adriano rolava, do outro lado do campo, com dores após choque com o goleiro Felipe. Protagonista do primeiro jogo, Adriano inverteu os papéis com o amigo Ronaldo. O flamenguista foi inoperante até o fim.
Apesar disso, a reação do time carioca veio no segundo tempo, na mesma proporção em que Ronaldo ia se apagando. Após o gol de Vagner Love, o corintiano discutiu com a defesa de sua equipe e conduziu a bola para o meio de campo.
Afora um lampejo ou outro, não fez o gol decisivo, aquele que lhe garantiria de novo a condição de fênix. E, como no Paulista, viu outra promessa, a de chegar à final, cair por terra.
Aquele gol que valeria cada centavo dos cerca de R$ 15 milhões que ele ganhará neste ano entre patrocínios e salários.
Aquele gol que faria os críticos esquecerem do seu peso.
Ou simplesmente aquele gol que garantiria a permanência do sonho corintiano no ano do centenário. (MARIANA BASTOS, MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO BUENO)


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