São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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Para STJD, cusparada é pior que ofensa racial

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), cuspir na cara do adversário dentro de campo é mais grave do que chamar o rival de "macaco". Essa é a principal conclusão do julgamento dos zagueiros Danilo, do Palmeiras, e Manoel, do Atlético-PR.
Os dois foram julgados pelos incidentes em jogo válido pela Copa do Brasil, no mês passado.
Na ocasião, o palmeirense chamou o atleticano de "macaco" e cuspiu na sua cara. Manoel deu uma cabeçada em Danilo e também o pisou quando ele estava no chão.
Ambos foram suspensos, sendo que, para os auditores do STJD, a falta mais grave foi a cusparada. Primeiro a votar, o relator José Teixeira a classificou como "ofensa gravíssima" e pediu seis jogos de suspensão para Danilo por isso. Já o xingamento racista foi qualificado por ele como "ofensa grave", com cinco partidas de pena.
Já o auditor Nicolao Constantino teve avaliações ainda mais discrepantes sobre as duas coisas feitas por Danilo.
Ele também pediu seis jogos de suspensão para o zagueiro pela cusparada. Mas não viu "discriminação racial" nas palavras do palmeirense e pediu só dois jogos de pena para o palmeirense pelos xingamentos.
A maioria dos outros auditores, porém, seguiu o relator, e Danilo acabou levando seis jogos pelo cuspe e cinco pelas ofensas endereçadas a Manoel, que recebeu pena mais leve -uma auditora disse que seus atos "deveriam ser pesados como reações a ações graves".
O zagueiro do Atlético-PR levou um gancho de quatro jogos.
O advogado do Palmeiras tentou adiar o julgamento, alegando que Danilo não estava presente, já que jogaria ontem pelo clube contra o Atlético- -GO, pela Copa do Brasil.
Mas o presidente da sessão não aceitou seu pedido.
O Palmeiras apresentou então um vídeo com Danilo se defendendo, reconhecendo que perdeu a cabeça e que fez "besteira". A defesa do clube paulista ainda alegou que o jogador tem "origem negra" e que a injúria racial não fica caracterizada no "calor do momento".
Presente no julgamento, Manoel negou que tenha dado uma cabeçada em Danilo.
Ele disse que apenas "encostou a cabeça" no adversário. E que foi xingado várias vezes, incluindo algumas em que foi chamado de "macaco".
O caso entre os dois jogadores também vai para a Justiça comum, mas ainda sem prazo definido para julgamento.


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