DO ENVIADO A SANTOS

"Eu nunca mais treinarei o Santos Futebol Clube."
Vanderlei Luxemburgo apareceu para sua entrevista coletiva após o jogo, mas não respondeu a perguntas. Deu um pronunciamento recheado de mágoa, reclamou da ingratidão dos atletas que treinou e disse que tomou a decisão. "A não ser como adversário, nunca mais piso na Vila Belmiro."
"Hoje [ontem] foi o momento mais triste e ingrato que já tive no futebol. Minha história no Santos terminou hoje. Me doei a este clube, mas fui achincalhado, cuspido, sem conseguir trabalhar", disse o treinador do Atlético-MG, que teve quatro passagens pelo Santos.
Diferentemente da partida de ida, há uma semana, no Mineirão, os jogadores do Santos não o cumprimentaram. E, quando o treinador entrou no gramado, os torcedores o chamaram de mercenário.
A polêmica toda começou no início da semana passada, quando Santos e Atlético-MG souberam que se enfrentariam. Jogadores do Santos lembravam que Luxemburgo os deixavam no banco de reservas.
Domingo, após o título paulista, os atletas juraram Luxemburgo: "Ô Vanderlei, pode esperar, a sua hora vai chegar".
Ontem, o técnico citou nominalmente os alvos de sua mágoa. "O André eu levei para o time de cima. Tratei o Neymar com muito carinho. O goleiro [Felipe], quando teve problemas com doping, eu estava dentro da casa dele e o recoloquei como titular [em 2009]", disse.
E mostrou ressentimento maior por Robinho. "Pelo Robinho, que puxou o coro, me colocaram uma arma na cabeça. Tinha um cara, bandido, que estava perseguindo ele", afirmou.
Citou também o presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro. "O presidente disse que botaria o galo em banho- -maria. Não precisava fazer nada do que se fez", reclamou.
No fim da partida, torcedores do Santos exibiram uma faixa para a torcida do Atlético: "Luxa, a sua hora já chegou".


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