São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2011 |
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XICO SÁ "La noche del cuervo"
AMIGO TORCEDOR, amigo secador, foi a noite perfeita para o meu estimado corvo Edgar. Nunca, nestes seus cinco anos de vida, a mais agourenta e sombria das criaturas teve uma jornada tão fabulosa. Nem mesmo nas missões impossíveis de Salvador Cabañas, "el gringo viejo", carrasco e feiticeiro das equipes brasucas. Deu-se tudo como na noite infinda de Poe, padrinho sentimental desta coluna. Dos umbrais da maldição despencaram os representantes do florão da América, como o país é visto na cabulosa letra do Duque Estrada. Como bem disse o jornal argentino "Olé", em claro portunhol selvagem, "Sorpresinhas en la Libertadores". E lá se foram Inter, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro no bico do corvo. Uma festa para o lazarento, que tentou bicar também o Santos nas pradarias de Santiago de Querétaro, no México. Muricy Ramalho, porém, com seu genial enfezamento, repeliu o desalmado. Louve-se, porém, o goleiro Rafael. Com aquela carinha de galã desprotegido de novela do SBT, pegou até pensamento contra o América, do México. Fica o Peixe, amém. Por obra e graça de Nossa Senhora de Guadalupe. E, por favor senhores locutores, sem essa de o Santos ser Brasil na Libertadores, esse bordão maldito e fatal. O Santos é José Menino, o Santos é a ressaca na Ponta da Praia, o Santos é Vila Belmiro, o Santos é a Baixada, o Santos é qualquer coisa na Libertadores, menos Brasil, caríssimos galvões da vida. Também não se meta, seu corvo de uma figa, "never more", para cima dos meninos. Vamos ganhar o tricampeonato com um gol de canela do caubói renegado Durval, mas vamos, ora. Queridas e valiosas bordadeiras, podem caprichar na terceira estrela. Domingo, deixa para os teus primos gaviões do Corinthians, corvo pustulento. Como sempre diz este cronista que te alimenta com a ração da discórdia, quando o Corinthians triunfa a cidade de São Paulo fica mais feliz e tudo funciona, o café vem mais quente e a cerveja mais gelada. Quando o Corinthians vence, grande Criolo, até o amor sincero baixa por estas plagas, só para contrariar a letra do seu rap-seresteiro, belo hino desta aldeia cosmopolita. Amigo, escute esse cara, urgentemente, é o nome do jogo, o homem do motor-rádio. xico.folha@uol.com.br @xicosa Texto Anterior: Santos: Em trânsito, time é surpreendido por eliminação de compatriotas Próximo Texto: Doping: Ciclismo tenta explicar escândalo a patrocinador Índice | Comunicar Erros |
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