São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Desfalcado de artilheiro e capitão, Brasil tem atuação convincente em Porto Alegre e, na quarta, pode garantir vaga na Copa com antecedência, algo inédito nos últimos 20 anos Seleção sacode a poeira e festeja adeus ao sufoco Victor R. Caivano/Associated Após seu segundo gol de pênalti, sofrido por Robinho, Ronaldinho faz reverência ao colega, que pela primeira vez iniciou um jogo pela seleção nas eliminatórias PAULO COBOS ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE Sem o artilheiro, o capitão e o grande guru. Uma semana caótica, com só um treino reunindo todos os atletas. O adversário mais duro deste século. E, contra tudo isso, o Brasil realizou ontem sua melhor apresentação nas eliminatórias para a Copa de 2006. A goleada sobre o Paraguai por 4 a 1, em Porto Alegre, foi o triunfo de placar mais dilatado em jogos válidos por eliminatórias em solo brasileiro desde 2000. A vitória encurtou para um ponto a vantagem da líder Argentina. Os dois times se enfrentam na quarta, e um novo triunfo coloca matematicamente o Brasil na Copa. "Conseguimos uma vitória que nos coloca virtualmente ou praticamente no Mundial. Não vamos repetir o que acontece nas eliminatórias há muito tempo, quando sempre passamos sufoco", disse o técnico Carlos Alberto Parreira. Desde a corrida para a Copa da Itália-90, o Brasil só garante a vaga na última rodada. Isso ocorreu sob Lazaroni (em 1989, contra o Chile), sob Parreira (em 1993, diante do Uruguai) e sob Scolari (em 2001, contra a Venezuela). Sem Ronaldo, o técnico escalou pela primeira vez juntos Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. Com exceção do último, todos tiveram uma atuação de gala e repetiram a escrita da gestão Parreira de que o time é melhor quando não usa sua maior estrela. Atuando na sua cidade com a camisa amarela pela primeira vez desde 1999, Ronaldinho marcou duas vezes, ambas de pênalti. "Tem um gosto muito bom marcar aqui", disse o melhor jogador do mundo, que dividiu com Robinho os aplausos da torcida. Antes do jogo, Ronaldinho, cuja família foi em peso ao Beira-Rio, somava só dois gols no torneio, que classifica os quatro primeiros para o Mundial da Alemanha (o quinto joga uma repescagem). O santista fez o gol que fechou a goleada e saiu ovacionado pela torcida que lotou o Beira-Rio. Zé Roberto, que também foi destaque, marcou o outro gol do time, o mais bonito. O Brasil teve um jogador (Lúcio) expulso pela primeira vez nestas eliminatórias. Se por um lado vai precisar de um substituto para a zaga, Parreira terá a volta do lateral e capitão Cafu, que ontem cumpriu suspensão. O coordenador Zagallo, que se recupera de uma operação no estômago, segue fora do grupo. A seleção chegou ontem à noite mesmo a Buenos Aires. O time pegou o ônibus na pista do aeroporto e foi direto para o hotel, onde entrou por uma porta de serviço -não havia torcida em nenhum dos dois locais. Depois de amanhã, disputa o clássico que vale a liderança das eliminatórias. Em seguida, viaja para a Alemanha, onde joga a Copa das Confederações -estréia no dia 16, contra a Grécia. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Futebol: Parreira diz que Argentina verá um "amistoso de luxo" Índice

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