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VÔLEI
O título e a derrota
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A seleção feminina iniciou
bem o novo ciclo olímpico:
foi a campeã invicta do torneio
em Courmayeur, na Itália. Está
certo que os quatro adversários
não exigiram muito. Assim como
o Brasil, a Itália, a Rússia, a Alemanha e a Sérvia e Montenegro
estão com times renovados e já de
olho nos Jogos de Pequim.
A maior decepção foi a Rússia,
atual vice-campeã olímpica. A
equipe, com três atletas que atuaram em Atenas, não ganhou nenhum dos quatro jogos que disputou e acabou em quinto e último
lugar. Na derrota por 3 sets a 0
para o Brasil, o placar do terceiro
set foi vergonhoso: 25 a 8.
O italiano Gianni Caprara, que
assumiu o comando no lugar de
Nikolai Karpol, não escondeu a
decepção. Chegou a dar uma entrevista falando que é a equipe
mais fraca que ele já treinou, que
o time tem um nível técnico baixíssimo e que muitas jogadoras lá
não sabem a diferença entre a bola alta e a de velocidade.
O certo é que as seleções da Europa estão guardando forças para
o Europeu. É o caso da Itália, que
também não vai estar com o time
completo na Volley Masters, que
começa amanhã na Suíça, e nem
no Grand Prix, em julho. Francesca Piccinini e companhia só voltam a treinar no fim de julho.
Já na seleção brasileira, o técnico José Roberto Guimarães fez um
rodízio entre as atletas. No jogo
que valeu o título, ele optou pela
levantadora Marcelle e a oposta
Sheila como titulares. Deixou Carol, levantadora que dá mais velocidade ao jogo, e Mari no banco. Sheila foi eleita a melhor jogadora do torneio.
Nas outras posições, não houve
surpresa: Valeskinha e Fabiana
no meio; Paula e Jaqueline nas
pontas. Na estréia na Volley Masters, amanhã contra o Japão, a
tendência é repetir o mesmo time.
Uma dúvida: será que Zé Roberto
não está guardando um pouco a
Carol para surpreender adversários no Grand Prix?
Na Volley Masters, o Brasil está
no grupo de Japão, Cuba e Alemanha. Na outra chave, estão
China, Estados Unidos, Itália e
Polônia. Os maiores testes para o
time brasileiro serão Cuba e também a China, caso a enfrente na
semifinal ou na final. A seleção
americana, comandada pela chinesa Lang Ping, é uma incógnita.
Já na Liga Mundial, a seleção
masculina fez ontem uma de suas
piores partidas e perdeu de Portugal por 3 a 0. O time sacou e bloqueou mal, mas o maior problema foi nas pontas. Sem Giba e
Minuzzi, operado de uma dilatação na artéria aorta, Bernardinho ficou com poucas opções para
essa posição. A seleção está apenas com Dante, João Paulo e Murilo. Sábado, com Murilo e Dante,
o time foi bem e venceu por 3 a 0.
Ontem, os titulares foram João
Paulo e Dante, mas eles mostraram muita irregularidade. No final do segundo set, entrou Murilo. O time se acertou um pouco,
mas não conseguiu virar o placar.
O bom é que a chave do Brasil
tem rivais mais frágeis. Os próximos dois jogos são contra o Japão.
Depois, serão seis partidas em casa: Venezuela, Portugal e Japão.
Um de cada grupo vai às finais. O
Brasil, com certeza, irá se classificar, mas precisa melhorar muito.
Italianas
A levantadora Fofão e a central Walewska vão passar mais duas temporadas jogando na Itália. Entusiasmados com as atuações das brasileiras, os dirigentes do Perugia trataram de fazer um contrato mais
longo com as jogadoras. As duas foram titulares do Perugia na conquista da Copa da Itália e do Campeonato Italiano. No segundo semestre, Fofão e Walewska vão reforçar a seleção brasileira.
Novo comando
A comissão técnica do time feminino de Osasco, atual campeão brasileiro, terá três ex-jogadores. O ex-levantador Paulo Cocco, que era
auxiliar de José Roberto Guimarães, assumiu o posto de técnico e escolheu para assistentes dois colegas da época em que jogava: Boni,
ex-atacante do Banespa, e Jorge Édson, campeão olímpico em 92.
E-mail cidasan@uol.com.br
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