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Currículo do juiz de Brasil x Croácia acena com 1 a 0
Árbitro da estréia, Benito Archundia coleciona na carreira
atuações em vitórias magras para as equipes nacionais
Mexicano apitou decisão do
Mundial de Clubes-2005,
que deu o tri ao São Paulo,
e estava em vitória magra
do Japão sobre o Brasil
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A NEU-ISENBURG
Se você ainda não colocou no
bolão o seu palpite para Brasil x
Croácia, trate de arriscar 1 a 0
para o Brasil. Pelo menos é o
que diz o árbitro mexicano Benito Archundia, que, à Folha,
só se lembrou de vitórias do futebol brasileiro por esse placar
em partidas que comandou.
O mais baixinho dos árbitros
da Copa (1,70 m) está escalado
para o duelo contra a Croácia,
jogo que abre a campanha em
busca do hexa. Archundia, bastante elogiado pela atuação na
final do Mundial de Clubes entre São Paulo e Liverpool, jogo
que terminou 1 a 0 porque o
mexicano anulou três gols irregulares do time inglês em lances difíceis, parece ter se esquecido da Olimpíada de 1996.
Ele atuou em um histórico 1
a 0 do Brasil nos Jogos de
Atlanta, mas a vitória magra
naquela ocasião foi do Japão,
gol marcado por Ito.
FOLHA - Alguma motivação especial por ter sido escalado para o jogo
do Brasil?
BENITO ARCHUNDIA - Foi uma
grande sorte minha. Vou apitar
a partida do campeão mundial.
Mas só de estar em uma Copa
já é uma grande satisfação.
FOLHA - Estão pedindo aos árbitros
rigor no combate ao jogo brusco. Você "protegerá" o Brasil e seus craques, como Ronaldinho, contra os
croatas, que jogam mais na força?
ARCHUNDIA - As regras foram
feitas para todos. Para o juiz,
todos os jogadores são iguais e
merecem igual tratamento.
FOLHA - Já apitou jogos da seleção
brasileira antes?
ARCHUNDIA - Apitei a semifinal
do Mundial sub-20 contra a
Argentina em 2003 [nos Emirados Árabes]. Foi 1 a 0 para o
Brasil. Também apitei um jogo
de oitavas-de-final do Brasil
contra a Síria no Mundial sub-20 no ano passado [na Holanda]. Foi 1 a 0 para o Brasil. E teve o São Paulo ganhando do Liverpool no Mundial, também
por 1 a 0. Quando apito jogo de
time brasileiro, é 1 a 0 para o
Brasil [risos].
FOLHA - Na decisão do Mundial de
Clubes, você anulou três gols do Liverpool. Foi seu principal jogo?
ARCHUNDIA - O jogo foi muito
importante, uma final de Mundial, e fico satisfeito pelo que
fiz. Nos três lances, foram tomadas decisões certas. Parabenize aqui ao Hector Vergara
[assistente canadense que viu
irregularidades nos gols do Liverpool no Japão e que estava
ao lado de Archundia no evento
dos juízes da Copa].
FOLHA - Você é o árbitro mais baixo
da Copa...
ARCHUNDIA - É, sou um dos
mais baixinhos. Tenho um corpo de Napoleão [risos].
FOLHA - A arbitragem mexicana já
atuou em final de Copa e expulsou
atletas [Edgardo Codesal deu vermelho a Monzón e Dezotti em
1990]. Também expulsou Zidane
em Mundial [Arturo Brizio deu vermelho para o craque francês em
1998]. Pode expulsar Ronaldinho?
ARCHUNDIA - Procuro fazer
uma arbitragem preventiva.
Mas não falo muito com os jogadores. Se precisar mostrar
um cartão vermelho, eu mostro
mesmo, seja para quem for.
FOLHA - O que espera da seleção
mexicana? Tem chance de título?
ARCHUNDIA - Individualmente,
talvez o time não conte muito.
Mas é uma boa equipe, que está
se preparando há muito tempo.
Ganhamos o Mundial sub-17 [3
a 0 na final sobre o Brasil, no
ano passado]. Por que não podemos ganhar o adulto?
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