São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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Nas alturas

Opção de Dunga por jogadores altos e em boa forma física faz com que a seleção espiche em relação a 2006 e se apresente como a 2ª mais alta entre os favoritos

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A predileção de Dunga por jogadores altos fez a seleção brasileira dar um salto enorme no ranking de tamanho entre as principais seleções que disputam a Copa.
Em 2006, na Alemanha, sempre segundo dados coletados e anunciados pela Fifa, os 23 convocados pelo técnico Carlos Alberto Parreira tinham, em média, 1,816 m. Entre as principais seleções do planeta (Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, França, Holanda, Inglaterra e Itália), a brasileira era apenas a sexta mais alta.
Agora, o grupo convocado por Dunga bate no 1,826 m, suficiente para o time nacional subir para a segunda posição no ranking de estatura dos favoritos ao título.
Entre os grandes, o Brasil só é mais baixo hoje do que a Alemanha. Ainda assim, a diferença diminuiu -era superior a dois centímetros há quatro anos e hoje se encontra abaixo desse patamar.
Na contramão do Brasil e da população mundial, em que a estatura média só cresce, algumas das principais seleções do mundo ou estão estagnadas na altura (casos de França e Inglaterra) ou até diminuíram de tamanho, como a Argentina, a Itália e a Holanda (no último caso, a média de altura caiu quase três centímetros).
O time titular de Dunga apresenta média de altura idêntica à do grupo como um todo. Nada menos do que 8 dos 11 jogadores que devem estar em campo no próximo dia 15, na estreia na Copa do Mundo, contra a Coreia do Norte, têm mais de 1,80 m. O único que fica abaixo do 1,75 m é o meio-campista Elano, que mede 1,74 m.
A força física dos brasileiros foi apontada por adversários como um dos grandes diferenciais brasileiros.
É a opinião, por exemplo, do treinador italiano Mar- cello Lippi, que foi derrotado pela equipe de Dunga com a seleção de seu país duas vezes na temporada passada.
A preferência por jogadores fortes ficou evidente na gestão Dunga desde que ele assumiu, em 2006, até a convocação para a Copa do Mundo da África do Sul.
Depois de reprovar a carreira desregrada do atacante Adriano, que acabou excluído da lista para o Mundial, ele chamou para seu lugar um centroavante com as mesmas características físicas: o ex-são-paulino Grafite, do Wolfsburg, de 1,89 m.
Além da altura, o técnico gaúcho não quer saber de jogadores acima do peso. Nenhum dos 23 convocados apresenta esse problema atualmente. E também leva em conta a condição física de cada um para escalar o time pentacampeão mundial.
"Temos que esperar até a Copa [começar] e ver o condicionamento de um ou outro jogador. Todos têm que estar preparados para entrar", disse Dunga, ao responder se já podia confirmar a equipe para o primeiro jogo no Mundial, contra a Coreia do Norte, daqui a nove dias.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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