Nadal encara desafeto pelo 5º título de Roland Garros e retorno ao topo

DE SÃO PAULO

A final mais aguardada era entre o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal, mas é o sueco Robin Soderling quem desafia hoje o tetracampeão do torneio na decisão de Roland Garros.
Além de sair da rotina (Nadal e Federer decidiram três dos últimos quatro Roland Garros), a presença de Soderling coloca um pouco de "pimenta" na quadra central.
Apesar de protagonizarem uma das maiores rivalidades da história do tênis, o espanhol e o suíço cultivam um relacionamento de respeito dentro e fora das quadras.
Nadal já consolou o rival, que chorava após a final do Aberto da Austrália de 2009.
"Alguns dos momentos mais importantes da minha carreira foram contra o Roger", já disse Nadal. "Temos um enorme respeito um pelo outro e fora da quadra uma boa relação", completou.
Sobre Soderling, porém, os termos são diferentes. "Não tenho nada a dizer sobre nosso relacionamento.
Para mim, é normal", afirmou Nadal, que teve um entrevero com o adversário durante Wimbledon-07.
Os tenistas disputavam o quinto set na terceira rodada do torneio, quando, irritado com a demora de Nadal em recolocar a bola em jogo, Soderling passou a imitar os trejeitos do rival, inclusive o ritual de ajeitar a cueca.
Nadal não gostou e criticou a postura do sueco. Na ocasião, o espanhol citou ainda uma disputa de ponto, em que ele caiu após tentar chegar numa bola que bateu na rede e veio para seu lado. Nadal reclamou que Soderling não se preocupou em pedir desculpa (praxe no tênis) nem em ir à rede para ver se ele estava bem.
O sueco respondeu: "Se meu adversário não pede desculpas, eu não ligo. Está certo. Por que deveria dizer que sinto muito se é um momento bom na minha vida?".
Nadal afirma que não teve mais problemas com Soderling. "Acho que ele está desenvolvendo seu nível de tênis e sua personalidade." De acordo com o espanhol, Soderling passou a cumprimentá-lo mais durante a temporada. "Acho que ele era muito tímido antes."
Por tudo isso, o espanhol foi questionado se o jogo poderia ser encarado como chance de vingança, já que Soderling foi o único tenista a vencê-lo em Roland Garros, nas oitavas de final de 2009.
"Para mim não existe isso, especialmente porque estamos falando da final de Roland Garros", disse ele, que restaura seu domínio no saibro e voltar ao topo do ranking se vencer hoje.
Soderling, que eliminou Federer nas quartas, busca seu primeiro título de Grand Slam e entra confiante em derrotar o rival. "Sei que posso vencê-lo. Já mostrei isso, mas cada jogo é um jogo."