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Camelôs vendem Copa em Paris
O galo Footix, mascote oficial da Copa
estampa os principais produtos que formam
a cesta básica dos turistas que passa por
Paris
NOELLY RUSSO
enviada especial a Paris
A quatro dias da primeira partida do Mundial da França, o Footix, mascote oficial do torneio, estampa os sonhos de consumo dos
"sacoleiros da Copa".
O boneco está em todos os itens
que formam a cesta de inutilidades
básicas em Paris, que inclui pantufas e até cuecas samba-canção.
Bips, celulares e até um tamagochi (bichinho virtual) aparecem
com as penas azuis do galo Footix
e são encontrados nos principais
pontos turísticos da cidade.
A loja oficial da Copa do Mundo
fica na avenida Champs-Elysées,
onde será realizada parte do desfile de abertura do torneio.
Lá o sacoleiro vai encontrar sem
maiores dificuldades todo os produtos licenciados pela Fifa.
O Footix atende às necessidades
do "sacoleiro-gourmet" em pratos, canecas, copos, além de toalhas e guardanapos, sempre carregando a estampa do Mundial.
Também resolve o problema do
"sacoleiro-fashion" em gravatas,
camisetas e cuecas.
O "sacoleiro-boleiro" é quem
vai se dar melhor com echarpes e,
claro, bolas de futebol.
Mas ficará meio decepcionado se
quiser comprar camisas das seleções. Mesmo na loja oficial, é difícil encontrar uniformes que não
sejam do Brasil e da França.
Já o "sacoleiro-bobagem" vai
se empanturrar com porta-moedas, pantufas e uma torre Eiffel de
pelúcia com as cores da França.
Outro bom lugar para começar
ou terminar as compras é o aeroporto Charles de Gaulle.
As bancas de jornal e lojas vendem uma centena de produtos por
dia. Segundo o vendedor de uma
das lojas, Stephan, que prefere não
dizer seu sobrenome, o boneco do
Footix é o item mais procurado.
"Depois vêm as camisas. A do
Brasil é a mais procurada e a que
acaba primeiro. Depois vem a da
França. Não temos de outros times", diz ele.
Alternativo
Para achar produtos não-oficiais
da Copa, o consumidor terá a tarefa "difícil" de circular por Paris e
procurar objetos e roupas em lojas
e camelôs espalhados pela cidade.
Nesse caso, um bom começo é a
rue de Rivoli, uma das conhecidas
ruas de comércio da cidade.
Ao longo das calçadas, o sacoleiro profissional vai encontrar, entre outros "inutensílios", globos
de purpurina com a torre Eiffel.
Camisetas não-oficiais do Brasil
são as mais procuradas. Mesmo os
franceses têm optado por camisas
e bonés do Brasil.
"Comprei o boné do Brasil porque gosto do país e o Brasil vai sr
campeão", afirma com certeza
inabalável o estudante Allain Duchamps, 15.
Ele diz que gostaria de ter mais
lembranças da Copa, mas a mesada, curta segundo ele, não dá. "Eu
queria mesmo uma camisa da seleção, mas é muito caro."
As camisas oficiais custam cerca
de US$ 50.
Misturar as estampas do Brasil e
da França no mesmo produto
também faz sucesso.
"Eu sou francês, mas torço pelo
Brasil também. Achei essa camiseta legal. Mais legal que as de futebol, que eu nem gosto tanto", diz
o patinador Daniel Mille, 26.
Sua camiseta trazia uma estampa estilizada do Corcovado, no
Rio de Janeiro, e da torre Eiffel.
Fora Footix!
Apesar da tentativa de invadir a
cidade, os produtos da Copa encontram resistência em alguns
bolsões "anticopa" de Paris, que
se recusam a perder a elegância e
sucumbir à moda do futebol.
O melhor exemplo é a região do
Marais. O bairro judaico de Paris
foi recentemente "hypado" a
bairro da moda, onde se encontram roupas de estilistas novos,
fora do circuito mais caro das grifes francesas como a Chanel, Cacharrel e Dior.
Em vez dos produtos ligados à
Copa, se encontram lojas pequenas e com nomes pouco conhecidos, que vendem roupas às vezes
quase artesanais.
Entre as pequenas ruas do bairro, está a rue de Rosiers, que concentra grande número de novas
lojas. Lá, os turistas e até mesmo
os parisienses dividem o tempo
entre descobrir os objetos mais diferentes ou pesquisar qual a casa
com o melhor vinho.
"Eu prefiro que a multidão que
gosta de futebol fique lá pelos estádios. Aqui ninguém dá muita bola
para futebol. Mas quem estiver interessado em sair bem vestido de
Paris, sem gastar muito dinheiro,
esse é o lugar", diz o vendedor
Darren Hayes, 31.
No bairro fica ainda a praça mais
charmosa da cidade, a Place de
Voges, onde encontrar uma cadeira em uma lanchonete para tomar
uma Coca-Cola pode demorar algumas horas.
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