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FUTEBOL
Suposta promessa do São Paulo de aumento salarial iniciou desavença
Rogério contrata advogada
e rompe com a diretoria
RICARDO PERRONE
ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ
A história de 11 anos do goleiro
Rogério no São Paulo está prestes
a terminar de maneira litigiosa.
O jogador contratou ontem a
advogada Gislaine Nunes, especialista em liberar atletas em conflito com seus times, para cuidar
de sua situação. Ele anunciou ainda que pode processar o presidente do clube, Paulo Amaral.
Segundo o principal ídolo são-paulino, a divergência que deve
provocar a sua saída surgiu em razão de um aumento de R$ 50 mil,
que a diretoria teria prometido a
ele. Porém, diz Rogério, o clube
não cumpriu o combinado.
O acordo teria sido feito em
abril, após o goleiro apresentar
uma proposta de empresários
que, segundo ele, o repassariam
ao Arsenal (Inglaterra).
"A partir de agora, não falo mais
com a diretoria. Eles terão de falar
com a minha advogada. Ela vai
decidir se tenho clima para ficar
ou não no São Paulo", disse.
A crise entre o atleta e a diretoria
se agravou após a vitória por 4 a 1
sobre o Coritiba, anteontem, em
Maceió, que colocou o time paulista nas finais da Copa dos Campeões, diante do Flamengo.
No vestiário, Rogério anunciou
seu rompimento com Amaral.
"Ele chegou a dar um murro na
mesa no momento em que conversávamos sobre a minha situação, mas deveria ter mais respeito
com um atleta", disse Rogério.
Ele participará das duas partidas decisivas contra o Flamengo,
domingo, em João Pessoa, e quarta-feira, em Maceió.
"Não sei se vamos ganhar o título, mas vou dar a minha cara para
bater, jogar como sempre joguei.
Agora, se não cumprirem o que
foi combinado, pego minha mala
e vou embora, nem que tenha de
pagar a multa do meu bolso. Ela é
menor do que muitos pensam."
Rogério tem contrato até 2004 e
sua multa é de aproximadamente
R$ 1,3 milhão. Segundo sua advogada, a multa está estipulada no
contrato e diminui a cada mês.
Para o São Paulo, como o contrato foi assinado no ano passado,
antes do fim do passe, o clube ainda tem o direito de vender o atleta.
"Só que o São Paulo colocou a
multa no contrato. Agora o que
vale é essa cláusula", declarou
Gislaine. O Corinthians, que já teria tentado tirar Rogério do Morumbi no ano passado, está interessado em contar com o atleta.
Ontem, em São Paulo, Amaral
rebateu as declarações dadas pelo
goleiro no vestiário. A atitude foi
o estopim para Rogério anunciar
a contratação de Gislaine, com
quem já mantinha contatos.
Segundo Amaral, a proposta
apresentada num papel, sem timbre do Arsenal, era de US$ 4 milhões para o São Paulo e de US$
1,5 milhão à vista para o goleiro,
que receberia mais US$ 1,5 milhão
por ano, durante três temporadas.
O dirigente afirmou que, depois
da primeira conversa com o atleta, os dois voltaram a se reunir. Na
ocasião, o goleiro teria pedido o
dobro do que recebe atualmente
para permanecer na equipe.
"Falei que não poderia pagar e
que ele poderia chamar o Arsenal
para negociar, mas o Rogério se
irritou e afirmou que não jogaria
contra o Grêmio, pela Copa do
Brasil, alegando uma contusão no
ombro", disse Amaral.
Essa declaração foi a que mais
irritou o jogador. "Não pedi o dobro. Ficou acertado que receberia
R$ 180 mil por mês, o que representava um acréscimo de R$ 50
mil no meu salário. Nunca tive
contusão no ombro. Ele terá de
provar isso", afirmou.
De acordo com a versão do presidente, o jogador teria concordado em atuar diante do Grêmio,
pela Copa do Brasil, após Amaral
prometer ao goleiro um contrato
de patrocínio com a LG, patrocinadora do clube, o que acabou
não acontecendo.
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