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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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Disputa entre paulistas e cariocas, iniciada há dois anos na corrida pelo Pan, vira polêmica às vésperas da Assembléia do COB, que selecionará amanhã a candidata do país para 2012

O maior Rio x SP de todos

EDUARDO OHATA
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO DA REPORTAGEM LOCAL

Sob troca de farpas, Rio e São Paulo duelam amanhã, na sede do BNDES, no Rio, para ver qual das duas cidades segue na disputa para abrigar os Jogos de 2012.
A escolha será feita pela Assembléia Geral do Comitê Olímpico Brasileiro, que conta com 34 integrantes, já que Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, e João Havelange, membro honorário da entidade e ex-presidente da Fifa, decidiram não votar.
Os paulistas, que começaram a campanha com um discurso mais brando e evitavam alfinetar o Rio, mudaram o tom na última quinta. Em entrevista coletiva, a prefeita Marta Suplicy atacou o dossiê carioca, chamando-o de documento de quinta categoria.
Apontou uma série de incorreções -desde informações técnicas erradas sobre provas esportivas até distorção de escala em gráficos- e chegou a insinuar má-fé dos cariocas, que teriam apresentado ""cópia malfeita" do documento de 2004, quando a cidade foi eliminada pelo COI na primeira fase da disputa.
O Rio logo retrucou. O prefeito Cesar Maia criticou a postura de Marta, dizendo que ela deveria estar com pouca atividade para perder tempo marcando entrevista para atacar o projeto rival.
E considerou a postura da prefeita ofensiva ao COB, que aprovou o dossiê carioca após trabalho de sua comissão de avaliação.
Mas as polêmicas entre as duas cidades sobre a sede dos Jogos, se ficaram adormecidas em boa parte da campanha para voltar com força na reta final, começaram quando o Rio se lançou candidato a abrigar o Pan de 2007.
Em 2001, quando Nuzman ratificou a preferência pela candidatura carioca para receber os a competição continental, Marcos Arbaitman, então secretário estadual de Esportes e Turismo de São Paulo, atacou o COB.
""Sua sede deveria ser transferida [do Rio] para Brasília. Lá o Nuzman teria uma visão mais ampla do país. Caso contrário, vamos mudar a sigla da entidade para Comitê Olímpico Carioca."
Naquela ocasião, Nádia Campeão, secretária municipal de Esportes, chegou a apresentar a candidatura paulistana para sede do Pan. Mas Nuzman bateu o pé e disse que a candidatura do Rio, escolhida em assembléia do COB no ano anterior, estaria com projeto mais adiantado.

As concorrentes
A cidade que vencer a disputa amanhã será inscrita no COI até o dia 15. Disputará com Madri, Londres, Paris, Moscou, Leipzig, Nova York, Istambul e Havana o direito de ficar entre as quatro ou cinco finalistas, que serão escolhidas em junho de 2004. Em julho do ano seguinte, será anunciada a cidade vencedora.
Para Cesar Maia, as chances de São Paulo numa disputa internacional seriam mínimas, pois acha que a cidade tem características semelhantes a Londres, Nova York e Paris, mas uma estrutura muito inferior. Já o Rio, por suas belezas naturais, teria mais chances, argumenta o prefeito.
Mas Marta Suplicy rebate. Afirma que não se trata de um concurso de beleza e que, dossiê por dossiê, o de São Paulo leva vantagem, pois seria de melhor qualidade que o do Rio.



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