RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A LISBOA

Um dia depois de perder o título da Eurocopa para a Grécia, Portugal parece mesmo ter se rendido ao estilo de futebol mais cauteloso. Os dois principais clubes do país apostam agora em técnicos da Itália, muito conhecidos por priorizar a defesa.
Giovanni Trapattoni, que fracassou com a "Squadra Azzurra", foi apresentado ontem oficialmente no Benfica, enquanto o brasileiro Luiz Felipe Scolari e os jogadores da seleção lusa, vice-campeões da Eurocopa, foram recebidos pelo presidente português, Jorge Sampaio, que condecorou o técnico e os atletas com a Ordem do Infante D. Henrique.
O Porto, atual campeão europeu, chamou para o lugar de José Mourinho o italiano Luigi del Neri, que terá como reforço o lateral-direito grego Seitaridis, um dos membros do ferrolho defensivo que assombrou a Eurocopa.
O Benfica estava cogitando até o fim de semana outro treinador italiano: Alberto Zaccheroni.
Tanto o time que atua no estádio da Luz quanto o Porto apostam mais uma vez em jogadores brasileiros, mas quase todos os atletas que já foram contratados têm características mais de marcação. É o caso do zagueiro Alcides e do volante Paulo Almeida, ex-jogadores do Santos que tentarão a sorte no Benfica, e do volante Paulo Assunção, que teve passagem obscura no Palmeiras.
Os hábeis Deco (meia-atacante) e Ricardo Carvalho (zagueiro) estão de saída para o futebol espanhol, que segue com clubes fortes e com uma seleção bem vulnerável -foi superada pela campeã Grécia nas eliminatórias e na primeira fase da Eurocopa.
O Porto fará no final do ano a decisão do Mundial interclubes contra o colombiano Once Caldas, clube que, a exemplo da seleção grega, joga as suas fichas em um forte bloqueio defensivo.
Em Portugal, as especulações em torno da contratação do atacante são-paulino Luis Fabiano pelo Porto diminuíram. Mas aumentam os rumores de um acerto com Diego, do Santos.


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