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na veia
Atletismo serve de cobaia antidoping
Nos passos do ciclismo, modalidade será a única do Pan do Rio em que competidores passarão por exames de sangue
Objetivo é completar, com latino-americanos, banco de dados que servirá para vetar a participação de atleta com resultados fora do padrão
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O atletismo é a única modalidade do Pan do Rio na qual os
atletas serão submetidos a exames de sangue -no total, serão
coletadas 200 amostras.
Trata-se de um pedido da
Iaaf (a federação internacional
do atletismo), que estuda alterar seu regulamento para punir
aqueles que apresentarem indícios de que fizeram uso da
eritropoietina (EPO).
A exemplo do que já acontece
no ciclismo, por exemplo, a Iaaf
estuda implantar sua própria
versão do "no start", segundo
Eduardo de Rose, coordenador
do antidoping da competição e
membro fundador da Wada
(Agência Mundial Antidoping).
No ciclismo, o "no start" funciona da seguinte maneira: se o
sangue de um competidor não
apresentar os parâmetros hematológicos considerados normais, ou seja, caso seja encontrada uma taxa exagerada de
oxigênio no sangue, ele é impedido de largar, apesar de não
sofrer acusação de doping.
Esse ciclista segue sem poder
competir em sua prova até que
seu sangue volte a apresentar
os níveis normais.
As altas taxas de oxigênio indicam que existem grandes
chances de o atleta ter se utilizado de EPO, que é um hormônio que aumenta a produção de
glóbulos vermelhos, o que melhora a oxigenação dos tecidos
e, conseqüentemente, retarda
sinais de fadiga no organismo.
"A Iaaf estuda se tem elementos suficientes para constituir um "no start". Para isso,
precisa de amostras de sangue
de todas as áreas do globo. Faltam exatamente as dos latino-americanos. E são essas as
amostras que eles pediram para eu colher", explica De Rose.
O especialista acredita que
não precisará colher amostras
de americanos e canadenses,
que apresentam padrões semelhantes aos dos ingleses.
No ciclismo, modalidade na
qual alguns atletas alemães
afirmaram recentemente fazer
uso rotineiro da EPO no início
dos anos 90, foram definidos limites hematológicos máximos.
Como à época não havia um
exame para detectar o hormônio, quem estivesse com os índices acima do normal era suspeito de usar a substância.
"É um exame indireto, e é esse tipo de estudo que está sendo feito pela Iaaf. Mesmo que
esse banco de dados não seja
usado para implantar o "no
start", deve ser usado para testar e identificar usuários de
EPO", diz De Rose, ao apontar
que a pesquisa pode significar
economia para a Iaaf no futuro.
"O exame de sangue custa
cerca de R$ 20, enquanto os de
EPO saem por aproximadamente R$ 500. Por esse fator financeiro, a aplicação dos exames de EPO fica restrita, não dá
para fazer tantos testes".
"O banco de dados pode dar
uma amostra do número de
atletas que podem estar usando
EPO. Por exemplo, se tem um
atleta cujo exame de sangue varia muito, mostra oscilação
exagerada no nível de oxigenação, uma hora para cima, outra
para baixo, ele deve estar usando EPO. Aí dá para ver quando
costuma se dopar e o pegamos."
As competições de ATLETISMO serão de 22 a
29 de julho
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