Contra o Ipatinga, equipe que debuta no Nacional, goleiro pode pôr fim a série de 8 meses sem fazer um gol de falta

Maior artilheiro da posição, camisa 1 vive pior primeiro semestre da carreira; como em 1997 e 2003, ele marcou apenas um gol neste ano

RICARDO VIEL
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Acostumado a quebrar recordes, o goleiro Rogério entra em campo hoje contra o Ipatinga, às 18h10, no Morumbi, com uma marca para ser apagada de seu currículo. Com apenas um gol neste ano, o camisa 1 igualou os anos de 1997 (primeiro na carreira em que fez gols) e 2003, quando até o final do semestre anotou uma única vez.
Maior goleiro-artilheiro da história do futebol (79 gols) e atleta que mais vestiu a camisa tricolor, Rogério está há mais de oito meses sem fazer um gol em cobrança de falta. Na única vez em que balançou as redes em 2008 foi de pênalti, contra o Juventus, pelo Paulista.
Desde que marcou pela primeira vez na carreira, em 1997, o goleiro do São Paulo só amargou uma vez jejum maior. De 1998 até 1999 passou um ano sem anotar gol de fora da área.
Em 2005, ano em que mais marcou (21), Rogério fez, nos primeiros seis meses do ano, 12 gols (cinco cobrando falta).
O ídolo tricolor tem pela frente hoje um bom rival para tentar quebrar a marca desfavorável. Com apenas uma vitória na competição e na vice-lanterna, os mineiros têm a segunda pior defesa do Nacional, à frente apenas do Figueirense.
Exímio batedor de faltas -na carreira, Rogério fez 58 de seus gols assim-, o goleiro passou a fazer mais gols de pênalti nos últimos dois anos.
Em 2006, foram dez em cobranças da marca dos 11 metros e apenas seis de falta. No ano passado, dos 8 que fez, apenas 2 foram de fora da área.
Neste ano, o São Paulo já marcou sete vezes de falta, mas nenhuma delas com o goleiro.
Sem muita sorte nos tiros de longa distância, Rogério também não tem sido premiado com a possibilidade de marcar de perto. Neste ano, o São Paulo sofreu apenas um pênalti, que foi convertido pelo goleiro. No mesmo período, o Palmeiras, por exemplo, teve 15 penalidades marcadas a seu favor.
Procurado pela Folha para comentar sobre seu desempenho, Rogério não quis falar com a reportagem.
Para o jogo de hoje, o treinador Muricy Ramalho tem uma dúvida. Com dores na coxa, o zagueiro André Dias pode ser desfalque. Durante a semana, o técnico testou a equipe com o lateral Éder na vaga do defensor, deixando o time mais ofensivo. Juninho, zagueiro de ofício, também foi testado.
Sem perder há sete partidas (maior invencibilidade do Brasileiro), o São Paulo enfrenta um adversário recém-chegado à elite do futebol nacional e que, pelo desempenho até aqui na competição, lutará apenas para não voltar à Série B.
Embora favorito, o discurso no time do Morumbi é de cautela. Muricy, que disse ter revisto o vídeo da última partida do rival da noite (derrota de 4 a 2 para o Vasco), falou de um bom time que merecia sair do Rio com um empate.
"Hoje em dia camisa não ganha jogo. É importante, mas não ganha se não correr e transpirar. Eles precisam da vitória e não vão ficar recuados."
Do lado do time mineiro, que em sua história nunca enfrentou o São Paulo, o técnico Ricardo Drubscky não terá Gérson Magrão, que estuda proposta de transferência, e Augusto Recife, suspenso. O atacante Marinho, emprestado do Atlético-MG, pode estrear.