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Federer vira o maior entre os maiores
Em Wimbledon, suíço chega ao 15º Grand Slam, volta ao topo do ranking e afirma que carreira está longe de terminar
Na presença de Sampras, com quem dividia recorde, atleta da Basileia supera Roddick na mais longa final de 1 torneio da série mais nobre do tênis
Julian Finney/Efe
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Roger Federer celebra seu sexto título em Wimbledon
DA REPORTAGEM LOCAL
Com Pete Sampras aplaudindo de pé, o suíço Roger Federer
vestiu a jaqueta produzida especialmente para Wimbledon.
Além de sua iniciais, a vestimenta trazia uma inscrição
emblemática: o número 15.
Momentos antes, ele havia
vencido o americano Andy
Roddick na mais longa decisão
(em games) de Grand Slam e
conquistado seu 15º título da
série mais importante do tênis.
Além de ter se isolado como o
maior vitorioso da história, Federer deixou claro que pretende ampliar esse recorde.
Diferentemente de Sampras,
que estabeleceu a antiga marca
de 14 Grand Slams no fim da
carreira (o Aberto dos EUA-02
foi seu último torneio), Federer
ainda demonstra muita disposição para encarar o circuito.
"É claro que a minha carreira
está longe de acabar", afirmou
Federer, 27, que ainda citou
uma motivação pessoal.
"O sonho da Mirka [sua mulher] sempre foi que nosso filho
pudesse me ver jogando bem",
afirmou ele, cujo herdeiro nasce nos próximos meses. "Tenho
que jogar mais alguns anos por
causa da Mirka", completou.
Sampras, que chegou de surpresa e atrasado (perdeu os três
primeiros games), disse acreditar que a marca será ampliada e
voltou a afirmar que o sucessor
é o melhor tenista da história.
"Os críticos podem citar
[Rod] Laver e dizer que [Rafael]
Nadal o venceu algumas vezes
em Grand Slams, mas ele [Federer] venceu todos e ainda vai
ganhar mais vezes aqui. Então,
na minha opinião, é ele", falou o
americano, recordista com sete
conquistas em Wimbledon.
O australiano Laver, vencedor de 11 Grand Slams, divididos no amadorismo e profissionalismo, também presenciou o
feito, mas não apontou o melhor da história. "Para mim, Federer pode ser o melhor tenis-
ta de sua era", ponderou.
Federer alcança o recorde
como um dos seis tenistas da
história a triunfar nos quatro
Grand Slams (três títulos do
Aberto da Austrália, um de Roland Garros, seis de Wimbledon e cinco do Aberto dos
EUA). "Estou feliz por ter quebrado o recorde aqui", afirmou
o suíço, que conquistou seu primeiro Grand Slam em Londres,
em 2003. "Meus heróis e ídolos
foram campeões aqui."
Além do recorde, a 19ª vitória
em 21 confrontos contra Roddick (é o jogo mais frequente
entre os tenistas em atividade)
valeu a Federer o retorno ao topo do ranking, posto em poder
de Nadal havia 43 semanas.
Para chegar a seu 60º título, o
novamente número um do
mundo precisou disparar 50
aces (saques sem defesa), o
maior desempenho de sua carreira, e vencer uma batalha de
quatro horas e 16 minutos: 3
sets a 2, num total de 77 games
(5/7, 7/6, 7/6, 3/6 e 16/14).
Até então, a mais longa final
de Grand Slam havia acontecido no Aberto da Austrália, em
1927, quando Gerald Patterson
derrotou John Hawkes após 71
games. O mais extenso quinto
set em uma decisão também
havia acontecido em 1927. Em
Roland Garros, Rene Lacoste
foi campeão ao bater Bill Tilden
por 11/9 no set decisivo.
Roddick, que nas três partidas anteriores contra Federer
na grama havia ganhado apenas um set, considerou a partida como a melhor da história.
Após vencer o primeiro set, o
americano desperdiçou uma
grande oportunidade de aumentar sua vantagem na segunda parcial. Ele vencia o tie-
-break por 6 a 2, mas permitiu
ao rival que fizesse seis pontos
seguidos e empatasse a partida.
"Naquele ponto, tinha duas
opções: cair no chão ou seguir
adiante", afirmou Roddick, 26,
que teve o nome gritado pela
torcida mesmo após a derrota.
"Preferi a segunda opção."
E desculpou-se com seu
compatriota, que estava no camarote real, por não ter permitido que seguisse como recordista de Grand Slams. "Desculpe, Pete. Eu tentei segurá-lo."
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