São Paulo, segunda-feira, 06 de julho de 2009

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Federer vira o maior entre os maiores

Em Wimbledon, suíço chega ao 15º Grand Slam, volta ao topo do ranking e afirma que carreira está longe de terminar

Na presença de Sampras, com quem dividia recorde, atleta da Basileia supera Roddick na mais longa final de 1 torneio da série mais nobre do tênis

Julian Finney/Efe
Roger Federer celebra seu sexto título em Wimbledon

DA REPORTAGEM LOCAL

Com Pete Sampras aplaudindo de pé, o suíço Roger Federer vestiu a jaqueta produzida especialmente para Wimbledon. Além de sua iniciais, a vestimenta trazia uma inscrição emblemática: o número 15.
Momentos antes, ele havia vencido o americano Andy Roddick na mais longa decisão (em games) de Grand Slam e conquistado seu 15º título da série mais importante do tênis.
Além de ter se isolado como o maior vitorioso da história, Federer deixou claro que pretende ampliar esse recorde.
Diferentemente de Sampras, que estabeleceu a antiga marca de 14 Grand Slams no fim da carreira (o Aberto dos EUA-02 foi seu último torneio), Federer ainda demonstra muita disposição para encarar o circuito.
"É claro que a minha carreira está longe de acabar", afirmou Federer, 27, que ainda citou uma motivação pessoal.
"O sonho da Mirka [sua mulher] sempre foi que nosso filho pudesse me ver jogando bem", afirmou ele, cujo herdeiro nasce nos próximos meses. "Tenho que jogar mais alguns anos por causa da Mirka", completou.
Sampras, que chegou de surpresa e atrasado (perdeu os três primeiros games), disse acreditar que a marca será ampliada e voltou a afirmar que o sucessor é o melhor tenista da história.
"Os críticos podem citar [Rod] Laver e dizer que [Rafael] Nadal o venceu algumas vezes em Grand Slams, mas ele [Federer] venceu todos e ainda vai ganhar mais vezes aqui. Então, na minha opinião, é ele", falou o americano, recordista com sete conquistas em Wimbledon.
O australiano Laver, vencedor de 11 Grand Slams, divididos no amadorismo e profissionalismo, também presenciou o feito, mas não apontou o melhor da história. "Para mim, Federer pode ser o melhor tenis- ta de sua era", ponderou.
Federer alcança o recorde como um dos seis tenistas da história a triunfar nos quatro Grand Slams (três títulos do Aberto da Austrália, um de Roland Garros, seis de Wimbledon e cinco do Aberto dos EUA). "Estou feliz por ter quebrado o recorde aqui", afirmou o suíço, que conquistou seu primeiro Grand Slam em Londres, em 2003. "Meus heróis e ídolos foram campeões aqui."
Além do recorde, a 19ª vitória em 21 confrontos contra Roddick (é o jogo mais frequente entre os tenistas em atividade) valeu a Federer o retorno ao topo do ranking, posto em poder de Nadal havia 43 semanas.
Para chegar a seu 60º título, o novamente número um do mundo precisou disparar 50 aces (saques sem defesa), o maior desempenho de sua carreira, e vencer uma batalha de quatro horas e 16 minutos: 3 sets a 2, num total de 77 games (5/7, 7/6, 7/6, 3/6 e 16/14).
Até então, a mais longa final de Grand Slam havia acontecido no Aberto da Austrália, em 1927, quando Gerald Patterson derrotou John Hawkes após 71 games. O mais extenso quinto set em uma decisão também havia acontecido em 1927. Em Roland Garros, Rene Lacoste foi campeão ao bater Bill Tilden por 11/9 no set decisivo.
Roddick, que nas três partidas anteriores contra Federer na grama havia ganhado apenas um set, considerou a partida como a melhor da história.
Após vencer o primeiro set, o americano desperdiçou uma grande oportunidade de aumentar sua vantagem na segunda parcial. Ele vencia o tie- -break por 6 a 2, mas permitiu ao rival que fizesse seis pontos seguidos e empatasse a partida.
"Naquele ponto, tinha duas opções: cair no chão ou seguir adiante", afirmou Roddick, 26, que teve o nome gritado pela torcida mesmo após a derrota. "Preferi a segunda opção."
E desculpou-se com seu compatriota, que estava no camarote real, por não ter permitido que seguisse como recordista de Grand Slams. "Desculpe, Pete. Eu tentei segurá-lo."


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