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VÔLEI
Surpresa asiática
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O Grand Prix, primeiro
grande torneio internacional feminino do ano, mostra surpresas no mundo do vôlei. Quem
poderia supor que, depois das três
rodadas iniciais, o Japão, única
seleção das oito participantes que
não se classificou para a última
Olimpíada, seria líder e único invicto com três vitórias?
Nos três primeiros jogos, as japonesas simplesmente derrubaram seleções da elite do vôlei
mundial: Brasil, Cuba e China.
Quer mais? Na quadra, o time é
comandado pela levantadora Miyuki Takeshita, de apenas 1,59 m,
estatura fora dos atuais padrões
do esporte, cada vez mais povoado por gigantes.
Ok, o torneio está apenas começando e muitas bolas ainda vão
rolar pelas quadras até o dia 26
de agosto, data da final do Grand
Prix. Mas a façanha do Japão merece admiração. Está certo que,
em ano pós-olímpico, as seleções
iniciam novos ciclos. Ou seja, passam por mudanças e renovações.
Cuba, quem diria, lanterninha
da competição com três derrotas e
apenas três sets ganhos, é um
exemplo. Do time tricampeão
olímpico em Sydney, apenas cinco jogadoras estão inscritas no
Grand Prix. E a principal delas, a
central Regla Torres, ainda não
jogou porque está se recuperando
de uma contusão.
A China foi a que mais radicalizou: o quinto lugar nos Jogos
Olímpicos provocou uma revolução. Do time do ano passado, ficaram apenas Yongmei e Shan Li. A
Rússia é a que teve menos alterações: está com dez das 12 atletas
vice-campeãs olímpicas, mas ontem perdeu para os EUA.
Já o Brasil sofreu três mudanças
em relação ao time medalha de
bronze em Sydney-2000. Virna,
Leila e a levantadora Kátia estão
fora do Grand Prix. As novidades
são: Fernanda Doval, Patrícia
Cocco e Fabiana Berto. Também
houve troca de técnico: Marco
Aurélio Motta está no lugar de
Bernardinho.
As alterações não parecem muitas, mas são representativas. Virna, que voltará à seleção após o
Grand Prix, e Leila, que foi para o
vôlei de praia, eram as principais
atacantes. Mais: a levantadora titular, Fofão, ainda não atuou
porque se recupera de uma contusão no joelho.
Como dá para perceber, o time
perdeu a base. Fabiana Berto, levantadora canhota que atuou no
lugar de Fofão, disputa seu segundo torneio com a seleção. É talentosa, mas precisa de mais entrosamento com as atacantes. O técnico Marco Aurélio também está
em início de trabalho. Resultado:
é preciso um certo tempo para o
time se acertar. Na estréia, a seleção impressionou pela aplicação
tática e pelo saque. Venceu Cuba
e isso sempre é significativo. Contra China e Japão, o bloqueio brasileiro teve dificuldades de marcar as jogadas de velocidade. Resultado: duas derrotas.
O Grand Prix é um torneio longo. A tendência é que os grandes
times, como Brasil e Cuba, se recuperem. E a nova fórmula de
disputa permite isso. Cada equipe
fará nove jogos na primeira fase,
três a cada fim de semana. Vitória vale dois pontos, derrota um.
A pontuação vai definir a tabela da fase decisiva, já que os oito
times já estão classificados. No
Grupo A, ficarão China (país que
abriga o torneio), o terceiro, quarto e sétimo colocados. No B, estarão primeiro, segundo, quinto e
sexto classificados. Os dois mais
bem colocados de cada chave disputam as semifinais.
Mundial Juvenil
A seleção brasileira masculina inicia no próximo sábado a luta pelo
seu segundo título no Mundial Juvenil, que será realizado na Polônia. O Brasil, campeão em 1993, participa do torneio com chances
de conquistar a medalha de ouro. O maior destaque do time é o
atacante Leandro Neves, com 18 anos e 2m10. A estréia dos brasileiros será contra Cuba. As outras duas seleções que fazem parte do
grupo são Venezuela e Grécia.
Sul-Americano
Os argentinos estão se preparando para o Campeonato Sul-Americano com uma série de amistosos contra Cuba e Austrália. O torneio continental, marcado para setembro, vale uma vaga para a
Copa dos Campeões, que acontecerá em novembro, no Japão. O
principal adversário da Argentina será o Brasil. No ano passado,
nos Jogos de Sydney, os argentinos eliminaram os brasileiros nas
quartas-de-final e acabaram em quarto lugar.
E-mail cidasan@uol.com.br
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