São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2001

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VÔLEI

Surpresa asiática

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O Grand Prix, primeiro grande torneio internacional feminino do ano, mostra surpresas no mundo do vôlei. Quem poderia supor que, depois das três rodadas iniciais, o Japão, única seleção das oito participantes que não se classificou para a última Olimpíada, seria líder e único invicto com três vitórias?
Nos três primeiros jogos, as japonesas simplesmente derrubaram seleções da elite do vôlei mundial: Brasil, Cuba e China. Quer mais? Na quadra, o time é comandado pela levantadora Miyuki Takeshita, de apenas 1,59 m, estatura fora dos atuais padrões do esporte, cada vez mais povoado por gigantes.
Ok, o torneio está apenas começando e muitas bolas ainda vão rolar pelas quadras até o dia 26 de agosto, data da final do Grand Prix. Mas a façanha do Japão merece admiração. Está certo que, em ano pós-olímpico, as seleções iniciam novos ciclos. Ou seja, passam por mudanças e renovações.
Cuba, quem diria, lanterninha da competição com três derrotas e apenas três sets ganhos, é um exemplo. Do time tricampeão olímpico em Sydney, apenas cinco jogadoras estão inscritas no Grand Prix. E a principal delas, a central Regla Torres, ainda não jogou porque está se recuperando de uma contusão.
A China foi a que mais radicalizou: o quinto lugar nos Jogos Olímpicos provocou uma revolução. Do time do ano passado, ficaram apenas Yongmei e Shan Li. A Rússia é a que teve menos alterações: está com dez das 12 atletas vice-campeãs olímpicas, mas ontem perdeu para os EUA.
Já o Brasil sofreu três mudanças em relação ao time medalha de bronze em Sydney-2000. Virna, Leila e a levantadora Kátia estão fora do Grand Prix. As novidades são: Fernanda Doval, Patrícia Cocco e Fabiana Berto. Também houve troca de técnico: Marco Aurélio Motta está no lugar de Bernardinho.
As alterações não parecem muitas, mas são representativas. Virna, que voltará à seleção após o Grand Prix, e Leila, que foi para o vôlei de praia, eram as principais atacantes. Mais: a levantadora titular, Fofão, ainda não atuou porque se recupera de uma contusão no joelho.
Como dá para perceber, o time perdeu a base. Fabiana Berto, levantadora canhota que atuou no lugar de Fofão, disputa seu segundo torneio com a seleção. É talentosa, mas precisa de mais entrosamento com as atacantes. O técnico Marco Aurélio também está em início de trabalho. Resultado: é preciso um certo tempo para o time se acertar. Na estréia, a seleção impressionou pela aplicação tática e pelo saque. Venceu Cuba e isso sempre é significativo. Contra China e Japão, o bloqueio brasileiro teve dificuldades de marcar as jogadas de velocidade. Resultado: duas derrotas.
O Grand Prix é um torneio longo. A tendência é que os grandes times, como Brasil e Cuba, se recuperem. E a nova fórmula de disputa permite isso. Cada equipe fará nove jogos na primeira fase, três a cada fim de semana. Vitória vale dois pontos, derrota um.
A pontuação vai definir a tabela da fase decisiva, já que os oito times já estão classificados. No Grupo A, ficarão China (país que abriga o torneio), o terceiro, quarto e sétimo colocados. No B, estarão primeiro, segundo, quinto e sexto classificados. Os dois mais bem colocados de cada chave disputam as semifinais.

Mundial Juvenil
A seleção brasileira masculina inicia no próximo sábado a luta pelo seu segundo título no Mundial Juvenil, que será realizado na Polônia. O Brasil, campeão em 1993, participa do torneio com chances de conquistar a medalha de ouro. O maior destaque do time é o atacante Leandro Neves, com 18 anos e 2m10. A estréia dos brasileiros será contra Cuba. As outras duas seleções que fazem parte do grupo são Venezuela e Grécia.

Sul-Americano
Os argentinos estão se preparando para o Campeonato Sul-Americano com uma série de amistosos contra Cuba e Austrália. O torneio continental, marcado para setembro, vale uma vaga para a Copa dos Campeões, que acontecerá em novembro, no Japão. O principal adversário da Argentina será o Brasil. No ano passado, nos Jogos de Sydney, os argentinos eliminaram os brasileiros nas quartas-de-final e acabaram em quarto lugar.

E-mail cidasan@uol.com.br



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