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Molecagem liberada
Presidente do Santos já prioriza Libertadores, espera manter Robinho e diz preferir time alegre a grupo de "escoteiros" que joga futebol burocrático
LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR
O presidente do Santos
manda avisar: Libertadores
da América já é prioridade,
e os meninos da Vila podem
fazer bagunça, sim.
"Poderíamos ter um time
de seminaristas, todos comportados e tomando Toddynho, mas jogando feio, um
futebol burocrático, tocando
de lado. Que graça teria?",
disse a Folha um eufórico
Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, na manhã de ontem.
Horas antes, sua equipe
havia perdido para o Vitória,
por 2 a 1, no Barradão, mas
assegurado a taça graças ao
saldo de gols -venceu na Vila Belmiro por 2 a 0. A Copa
do Brasil é o segundo título
do clube em sua gestão.
O mandatário santista disse ainda acreditar que Robinho possa ficar e que começará a lutar para não ter de
negociar os seus meninos.
Folha - A Libertadores já é
prioridade no clube?
Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro - Estamos pensando nela. Não pensamos antes, pois
dou um passo de cada vez.
Gosto de planejar. Estávamos focados no jogo de ontem [anteontem]. Vem aí nova geração de meninos da Vila. Vamos montar um time
para ganhar a Libertadores.
E como segurar os meninos
que estão agora no time?
Todos têm o direito de trabalhar onde quiserem. No futebol, é assim. É contrato. No
meio do contrato, uma das
partes pode querer encerrar a
relação. Mas tenho a convicção de que eles vão ficar.
Por quê?
Os jogadores estão felizes
em um grupo raro, sem vaidade. Existe, claro, o ponto
de vista de grana, os acenos
são tentadores, mas nós estabelecemos política de ganhos no Brasil compatível
com a realidade, reconhecendo esforço e capacidade.
E o Robinho? Há uma chance?
O Santos está respeitando
o contrato. Acabou a Copa do
Brasil, vai embora. O Manchester City não demonstra
interesse em prorrogar o empréstimo. Mas ele está feliz
aqui. O Santos está de portas
abertas. Há chance de ele
convencer o Manchester de
ficar mais um período.
O sr. acha que os jogadores
andam polêmicos demais?
São poucas [as polêmicas].
Aqui tem alegria. Poderíamos ter um time de seminaristas, todos comprometidos,
comportados, tomando
Toddynho, mas jogando feito, um futebol burocrático,
tocando de lado. Que graça
teria? De que adianta ter jogadores escoteiros?
Mas a diretoria do Santos vai
impor alguns limites?
Claro. Às vezes o clima de
brincadeira cria alguns excessos. A liberdade será no limite da irresponsabilidade.
E o episódio da Twitcam?
Isso acontece até com filhas de dezenas de famílias.
É falta de conhecimento da
cidade, e, às vezes, dos novos
veículos de comunicação.
Claro que há limites. Vamos
orientá-los. Mas, no caso,
eles estavam em um quarto
de hotel! Não estavam numa
boate nem cheirando cocaína nem fumando maconha!
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