São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Molecagem liberada

Presidente do Santos já prioriza Libertadores, espera manter Robinho e diz preferir time alegre a grupo de "escoteiros" que joga futebol burocrático

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

O presidente do Santos manda avisar: Libertadores da América já é prioridade, e os meninos da Vila podem fazer bagunça, sim.
"Poderíamos ter um time de seminaristas, todos comportados e tomando Toddynho, mas jogando feio, um futebol burocrático, tocando de lado. Que graça teria?", disse a Folha um eufórico Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, na manhã de ontem. Horas antes, sua equipe havia perdido para o Vitória, por 2 a 1, no Barradão, mas assegurado a taça graças ao saldo de gols -venceu na Vila Belmiro por 2 a 0. A Copa do Brasil é o segundo título do clube em sua gestão.
O mandatário santista disse ainda acreditar que Robinho possa ficar e que começará a lutar para não ter de negociar os seus meninos.

Folha - A Libertadores já é prioridade no clube?
Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro - Estamos pensando nela. Não pensamos antes, pois dou um passo de cada vez. Gosto de planejar. Estávamos focados no jogo de ontem [anteontem]. Vem aí nova geração de meninos da Vila. Vamos montar um time para ganhar a Libertadores.

E como segurar os meninos que estão agora no time?
Todos têm o direito de trabalhar onde quiserem. No futebol, é assim. É contrato. No meio do contrato, uma das partes pode querer encerrar a relação. Mas tenho a convicção de que eles vão ficar.

Por quê?
Os jogadores estão felizes em um grupo raro, sem vaidade. Existe, claro, o ponto de vista de grana, os acenos são tentadores, mas nós estabelecemos política de ganhos no Brasil compatível com a realidade, reconhecendo esforço e capacidade.

E o Robinho? Há uma chance?
O Santos está respeitando o contrato. Acabou a Copa do Brasil, vai embora. O Manchester City não demonstra interesse em prorrogar o empréstimo. Mas ele está feliz aqui. O Santos está de portas abertas. Há chance de ele convencer o Manchester de ficar mais um período.

O sr. acha que os jogadores andam polêmicos demais?
São poucas [as polêmicas]. Aqui tem alegria. Poderíamos ter um time de seminaristas, todos comprometidos, comportados, tomando Toddynho, mas jogando feito, um futebol burocrático, tocando de lado. Que graça teria? De que adianta ter jogadores escoteiros?

Mas a diretoria do Santos vai impor alguns limites?
Claro. Às vezes o clima de brincadeira cria alguns excessos. A liberdade será no limite da irresponsabilidade.

E o episódio da Twitcam?
Isso acontece até com filhas de dezenas de famílias. É falta de conhecimento da cidade, e, às vezes, dos novos veículos de comunicação. Claro que há limites. Vamos orientá-los. Mas, no caso, eles estavam em um quarto de hotel! Não estavam numa boate nem cheirando cocaína nem fumando maconha!


Texto Anterior: França: Técnico ignora ministra e convoca Benzema
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.