São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Rebeca é banida pelo doping de 2006

Federação Internacional divulga nova punição à nadadora e surpreende advogado, que espera julgamento de recursos

Brasileira também irá recorrer dessa decisão; piscinas abrigam dois dos três casos de banimento do esporte de atletas do país


DA REPORTAGEM LOCAL

Punida duas vezes por doping, Rebeca Gusmão teve confirmada a pena que a tira das piscinas pelo resto da vida.
Segundo a Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos, a Federação Internacional de Natação divulgou ontem nota em que anuncia o banimento da atleta por reincidência.
Rebeca já havia recebido duas suspensões de dois anos cada uma por ter testado positivo para testosterona, hormônio masculino, que tem efeito anabolizante no organismo.
A nadadora é a terceira atleta brasileira a ser banida do esporte, a segunda de sua modalidade. Fabiane dos Santos, do atletismo, e Laura Azevedo também não podem mais voltar às competições.
A decisão da Fina surpreendeu o advogado e a família da atleta, que ainda aguardavam julgamento de apelação feita à Corte de Arbitragem do Esporte -irão recorrer também dessa decisão. Rebeca não foi encontrada para comentar o caso.
"Não sabia que a federação havia anunciado isso. Ainda temos julgamento na CAS. De qualquer forma, não me preocupa", afirmou o advogado Breno Tanuri, que está no exterior em viagem de trabalho.
Após o sucesso no Pan do Rio, em 2007, quando venceu os 50 m e os 100 m livre, Rebeca se viu envolvida em três escândalos de uso de doping.
Durante o período dos Jogos cariocas, a atleta foi submetida a uma série de testes de urina.
O exame realizado em 13 de julho pela Fina acusou presença de altos níveis de testosterona. Em 2 de novembro, ela foi suspensa preventivamente por conta desse resultado.
Menos de uma semana depois do primeiro teste positivo, a Organização Desportiva Pan-Americana divulgou que duas amostras de urina de Rebeca tinham DNAs diferentes.
Por causa da suposta fraude, a nadadora perdeu as medalhas (dois ouros, uma prata e um bronze) e os tempos conquistados durante o Pan do Rio.
Ao mesmo tempo, Rebeca também era protagonista de uma discussão entre a CBDA e a Fina que se arrastava desde 2006. Exame feito naquele ano por Rebeca também apontava níveis alterados de testosterona. A atleta, no entanto, acusava o laboratório canadense responsável pela análise de ter cometido erro e provocado a degradação da amostra de urina.
O imbróglio foi levado à CAS, que, em maio, afirmou não ter jurisdição para julgar o recurso da Fina sobre suposto doping. A entidade queria punir Rebeca, a CBDA acusava o erro. Os advogados acreditavam que, assim, o caso estava encerrado.
Rebeca chegou a dar entrevistas comemorando a chance de ainda poder ir a Pequim, mas, em menos de uma semana, recebeu punição de dois anos pelo teste de 13 de julho.
A nadadora não teve tempo hábil para recorrer e tentar ir à Olimpíada e aguardava desde então julgamento do recurso.
No fim de julho, a Fina divulgou a decisão de suspendê-la também pelo caso de 2006. Se a CAS não aceitar nenhum dos recursos da brasileira, ela terá confirmada seu banimento.


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