São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Ferrari mantém "pirulito eletrônico" na Bélgica

Aparelho que controla tempo de parada nos boxes não é inutilizado após provocar problemas nos pit stops de Massa e Raikkonen

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SPA-FRANCORCHAMPS

Usado pela Ferrari desde o GP da China, em outubro do ano passado, um equipamento vermelho, um pouco maior que uma embalagem de pizza, mas que mais se assemelha a uma arma de filme de ficção científica, acabou virando assunto obrigatório no paddock da F-1.
Versão eletrônica do mecânico que segura o "pirulito" nos pit stops, ele foi desenvolvido para minimizar os erros nas paradas e diminuir ao máximo o tempo perdido nos boxes.
Não tivesse sido "responsável" por dois momentos importantes no último GP, em Valencia, há duas semanas, poderia passar despercebido para muita gente por mais tempo.
Mas em Spa-Francorchamps, onde hoje, a partir das 9h (no horário de Brasília), ocorre o treino de classificação para o GP da Bélgica, a 13ª de 18 etapas do Mundial, a Ferrari apressou-se em sair em defesa de seu "pirulito eletrônico".
"Não pretendemos mudar nosso sistema", afirmou ontem Stefano Domenicali, chefe da equipe, sobre os incidentes que causaram controvérsia sobre a eficácia do sistema.
Primeiro, Felipe Massa recebeu sinal verde para sair dos boxes ao mesmo tempo em que Adrian Sutil, da Force India, passava ao seu lado pelo pit lane -os dois quase colidiram.
Depois, na parada de Kimi Raikkonen, o campeão do mundo saiu com a luz do aparelho ainda vermelha e arrastou o mecânico que fazia o reabastecimento de seu carro -ele foi levado para o hospital, mas quebrou apenas um dedo do pé.
"Respeitamos a decisão da FIA [a entidade multou Massa por ter saído sem segurança], mas não o liberamos em um momento errado. Havia muito espaço", explicou Domenicali. "Quanto ao Kimi, infelizmente essas coisas acontecem."
Apesar da multa e do susto em Valencia, Massa fez coro com o chefe. "Estamos satisfeitos com o sistema", disse. "Já vimos coisas ruins acontecerem com ou sem o esquema das luzes, então não faz diferença se o que usamos são luzes ou um cara que segura o "pirulito". Não vamos mudar nada só pelo que ocorreu na última corrida."
O sistema de luzes, que se baseia no mesmo princípio de um semáforo de trânsito, é acionado em parte eletronicamente e em parte por um responsável que fica sentado no pit wall (a "tenda" em que engenheiros e chefes das equipes acompanham os GPs, localizada na mureta entre os boxes e a reta).
"Quando o piloto chega para o pit, a luz está vermelha. Depois, outra luz começa a piscar, para que ele se prepare para sair. Aí, assim que a mangueira de combustível é retirada, a luz fica verde, a menos que o responsável pelo pit stop bloqueie manualmente a mudança de cor por ver um carro passando ao lado", explicou Domenicali.
"Honestamente, não acho que seja um sistema complicado. Quando a luz está vermelha, é como se o "pirulito" estivesse abaixado", declarou o dirigente da escuderia italiana.

NA TV - Treino classificatório
Globo, ao vivo, às 9h



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