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Vitória faz Dunga ser exaltado por torcida local
No minuto final, treinador brasileiro tem seu nome gritado por argentinos
Argentina 1
Brasil 3
DO ENVIADO A ROSARIO
Para Maradona, a Argentina
tem mais paixão. Mas, futebol,
hoje quem tem a supremacia é
o Brasil, a ponto de os próprios
torcedores do time anfitrião
gritarem no minuto final do
maior clássico sul-americano o
nome de Dunga, homenagem
rara até em estádios brasileiros.
Antes, por mais de 90 minutos, o time de do treinador calou um estádio lotado e rebateu
dentro de campo as provocações dos rivais. Os argentinos
passaram a semana dizendo
que tinham melhores jogadores (frase de Maradona) e que
os brasileiros teriam medo de
enfrentá-los (palavras do atacante Carlos Tevez).
Em todos os duelos individuais o time nacional levou a
melhor. Na tática, Dunga goleou. No duelo dos craques do
time, Kaká foi efetivo e Messi
tímido. Luis Fabiano ganhou
fácil do goleiro Andujar. Tevez
e os outros atacantes argentinos pararam em Júlio César.
A Argentina até ameaçou começar da mesma forma alucinante com que sua torcida se
comportava -com dois minutos criou a primeira grande
chance. Mas logo fãs e jogadores locais murcharam. Estrago
para o Brasil mesmo só os cartões amarelos recebidos por
Lúcio e Kaká, que vai tirar os
dois do jogo com o Chile na
quarta-feira, em Salvador.
Logo depois o dedo dos técnicos aparece, e a favor de Dunga.
Em uma jogada que ensaia com
insistência, o Brasil abriu o placar, em um lance onde a zaga
local, com o ex-corintiano Sebá
como titular, falhou feio.
Elano bateu falta pela direita,
Luisão, completamente livre
na grande área, subiu sozinho e
cabeceou forte, no canto, sem
dar chances para Andujar.
O banco argentino, que não
comportava os quase 30 convocados por Maradona, ficaram
ainda mais atônitos quando o
Brasil fez o segundo e diminuiu
ainda mais a pressão vinda das
arquibancadas.
Aos 30min, Luis Fabiano
aproveitou o rebote de Andujar
para marcar seu oitavo gol nas
eliminatórias, se igualando ao
boliviano Botero como o principal goleador do torneio.
O camisa 9, no entanto, será
outro desfalque contra os chilenos, pois também levou o amarelo e ganhou suspensão.
A já ofensiva tática de Maradona ficou ainda mais radical
na volta para o segundo tempo.
O técnico argentino decidiu colocar o atacante Aguero, seu
genro, entrou no lugar do meia
Maxi Rodríguez.
Novamente os anfitriões tinham mais a posse de bola, mas
com dificuldades para penetrara na área brasileira. Datolo,
então, aos 20min, resolveu arriscar de longe, a bola foi no ângulo e a vantagem brasileira diminuiu, acordando também a
torcida no Gigante do Arroyito.
Mas foram só dois minutos
de ilusão. Aos 22min, Kaká lançou Luis Fabiano, que tocou
sob cobertura, na saída de Andujar, para marcar o terceiro e
agora se isolar na artilharia das
eliminatórias sul-americanas.
A comemoração brasileira só
não foi maior porque os torcedores começaram a jogar objetos no local onde os reservas se
aqueciam, causando um dos
poucos momentos de ira de
Dunga em Rosario.
(PAULO COBOS E SILVANA ARANTES)
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