São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2010

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Nacional chega à metade com cenário pessimista

Competição tem queda nas médias de gols e público e recorde de empates

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

A julgar pelo que se viu neste primeiro turno, encerrado ontem, o Campeonato Brasileiro deste ano caminha para ser um dos mais fracos da era de pontos corridos.
A oitava edição do Nacional neste sistema, implantado em 2003, exibe números pouco atraentes, tanto dentro quanto fora de campo.
A começar pelos gols. Até esta 19ª rodada, o Brasileiro-2010 é o mais magro desde 2003. A média de gols de 2,46 tentos por partida é superada por todas as edições. Atingiu seu pico em 2005, quando o índice chegou a 3,13 tentos.
A 16ª rodada da atual edição é emblemática. Foi a mais árida da história dos pontos corridos. Alcançou a decepcionante média de 1,5 gol por jogo. Ou seja, em dez partidas jogadas, foram apenas 15 tentos marcados.
Tamanha escassez de gols ajudou a provocar outro fenômeno pessimista: o percentual de partidas que termina sem vencedores.
De novo, o índice é recordista. O Nacional de pontos corridos jamais viu uma edição com tantos empates.
Até aqui, nada menos que 31,3% das partidas terminaram sem um vencedor. O Palmeiras é o recordista, com nove empates em 19 jogos. Em pelo menos três rodadas (5ª, 11ª e 17ª), metade dos jogos acabou em igualdade.
Nos anos anteriores, o índice sempre foi inferior a 30%. No ano passado, chegou a 26,8%. Em 2005, somente 22% do total de jogos terminou empatado.
Com tantos indicadores ruins, o torcedor se distanciou dos estádios e passou a prestigiar o seu time in loco com menos frequência.
A média de público deste Brasileiro-2010 -só há dados atualizados até a 17ª rodada- é a pior desde 2006.
Até aqui, a média de público é de pouco mais de 14 mil torcedores por partida. No ano passado, foi de quase 18 mil. Mas ainda é superior aos índices de 2004, quando a média foi de apenas 8.000 torcedores em cada jogo.
O índice pode melhorar na reta final, que é quando o campeonato se afunila e aquece a disputa pelo título, por vaga na Libertadores e contra o rebaixamento.
Mas o segundo turno do Nacional não terá dois palcos gigantes, que poderiam melhorar a média de público.
Em reformas para a Copa- -2014, o Mineirão, já fechado há algumas rodadas, e o Maracanã, que teve ontem seu jogo de despedida, obrigarão os clubes do Rio e de Minas a atuar em outros estádios.


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