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Nacional chega à metade com cenário pessimista
Competição tem queda nas médias de gols e público e recorde de empates
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO
A julgar pelo que se viu
neste primeiro turno, encerrado ontem, o Campeonato
Brasileiro deste ano caminha
para ser um dos mais fracos
da era de pontos corridos.
A oitava edição do Nacional neste sistema, implantado em 2003, exibe números
pouco atraentes, tanto dentro quanto fora de campo.
A começar pelos gols. Até
esta 19ª rodada, o Brasileiro-2010 é o mais magro desde
2003. A média de gols de 2,46
tentos por partida é superada
por todas as edições. Atingiu
seu pico em 2005, quando o
índice chegou a 3,13 tentos.
A 16ª rodada da atual edição é emblemática. Foi a
mais árida da história dos
pontos corridos. Alcançou a
decepcionante média de 1,5
gol por jogo. Ou seja, em dez
partidas jogadas, foram apenas 15 tentos marcados.
Tamanha escassez de gols
ajudou a provocar outro fenômeno pessimista: o percentual de partidas que termina sem vencedores.
De novo, o índice é recordista. O Nacional de pontos
corridos jamais viu uma edição com tantos empates.
Até aqui, nada menos que
31,3% das partidas terminaram sem um vencedor. O Palmeiras é o recordista, com
nove empates em 19 jogos.
Em pelo menos três rodadas
(5ª, 11ª e 17ª), metade dos jogos acabou em igualdade.
Nos anos anteriores, o índice sempre foi inferior a
30%. No ano passado, chegou a 26,8%. Em 2005, somente 22% do total de jogos
terminou empatado.
Com tantos indicadores
ruins, o torcedor se distanciou dos estádios e passou a
prestigiar o seu time in loco
com menos frequência.
A média de público deste
Brasileiro-2010 -só há dados
atualizados até a 17ª rodada- é a pior desde 2006.
Até aqui, a média de público é de pouco mais de 14 mil
torcedores por partida. No
ano passado, foi de quase 18
mil. Mas ainda é superior aos
índices de 2004, quando a
média foi de apenas 8.000
torcedores em cada jogo.
O índice pode melhorar na
reta final, que é quando o
campeonato se afunila e
aquece a disputa pelo título,
por vaga na Libertadores e
contra o rebaixamento.
Mas o segundo turno do
Nacional não terá dois palcos
gigantes, que poderiam melhorar a média de público.
Em reformas para a Copa-
-2014, o Mineirão, já fechado
há algumas rodadas, e o Maracanã, que teve ontem seu
jogo de despedida, obrigarão
os clubes do Rio e de Minas a
atuar em outros estádios.
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