São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2011

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LÚCIO RIBEIRO

Prezados senhores


A renovação da seleção cria pressão sobre os mais velhos ou é exatamente o contrário?

JÁ FAÇO A ESTREIA desta nova coluna na Folha discordando da Folha. Não da coragem de me dar uma coluna para escrever, veja bem.
Mas, sim, de um título publicado neste caderno no domingo, em texto sobre a seleção e em prenúncio ao jogo de ontem, a magra vitória do Brasil-11 contra Gana-10 para mim, ou a incrível vitória Brasil 1 x 0 para o Galvão Bueno. Dizia assim o título de domingo: "Renovação cria pressão nos mais velhos".
Não é bem uma discordância, na verdade. É mais uma inversão cabível de raciocínio. Ou um convite a pensar num outro aspecto possível dentro do tema, já que os velhos pressionados do texto são os veteranos dentro da seleção. Mas, incluindo os de fora dela, faz pensar exatamente no contrário, que jogadores velhos estão pressionando a nova e estrelada geração. Por exemplo, o Rivaldo.
Protagonista da última grande glória da seleção, o senhor Rivaldo, a meio ano de completar 40, iniciou uma arrancada veloz do meio-campo, deixou alguns adversários para trás e só foi parado com uma falta perigosa na entrada na área. Aos 41 minutos do segundo tempo do jogo do São Paulo contra o Figueirense, no último sábado.
Uns minutos antes, Rivaldo havia saído do banco direto para fazer o golaço malandro da vitória são-paulina, o que botou o time do Morumbi bem perto do líder Corinthians. Engraçado, Rivaldo havia entrado no lugar de Henrique, 20, futuro da nação futebolística.
Se é que podemos resumir a história de uma partida a alguns lances isolados, Rivaldo já deu diretamente ao São Paulo (ou pelo menos contribuiu com) bons pontos desses 38 que o time carrega na tabela, ladeira acima. Não faz muito tempo, evitou uma derrota tricolor em pleno Morumbi com um gol de joelho no último minuto.
Não estou pedindo o Rivaldo na seleção. Só implicando um pouco com o texto da pressão exercida pelos mais novos. A convocação necessária (para a seleção em geral e para o Mano em particular) do "velho" Ronaldinho, 34 em 2014, considerado por muitos o melhor jogador do atual Brasileirão de Neymar, Ganso, Lucas e Damião, prova que essa tese, a minha, não é absurda. Mesmo com a atuação para o gasto no amistoso de ontem.
O goleiro Marcos, 38, herói do penta que está louco para se aposentar mas o Palmeiras não deixa, é outro a dar pontos preciosos a seu time no Brasileiro, obviamente de um jeito diferente do de Rivaldo. Isso quando consegue jogar.
Não quero dar ideia, mas como está o Roberto Carlos lá na Rússia? Ok, deixa ele pra lá...

lucio@uol.com.br


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