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GEOGRAFIA
Cidades com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal mais alto do Brasil concentram atletas vencedores
Qualidade de vida reflete elite do esporte
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
As 30 cidades com melhor qualidade de vida, medidas pelo Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal, indicador da Organização das Nações Unidas que leva
em conta renda, educação e expectativa de vida, concentram a
elite esportiva do país.
Nelas estão a sede dos atuais
campeões brasileiro de futebol
(Santos), da Taça Brasil de futsal
(Jaraguá do Sul) e do Nacional
masculino de basquete (Ribeirão
Preto), além do local de treinos da
equipe nacional de ginástica artística (Curitiba), da hexacampeã
dos Jogos Abertos do Interior
(São Caetano) e da terra natal de
Gustavo Kuerten (Florianópolis).
Cidades que resolveram seus
problemas mais graves têm condição de aplicar recursos no esporte. "Se conseguimos manter
um nível bom nas outras áreas,
podemos investir mais no esporte, inclusive no de alto rendimento", diz Marcos Vinícius Rosis, secretário de Esporte de Santos.
A cidade, além de contar com
um dos principais clubes de futebol do país, também representa a
grande ameaça à hegemonia de
São Caetano nos Jogos Abertos.
"Estamos nos preparando para
ganhar", não esconde Rosis, referindo-se à competição, que começa na sexta-feira, em Santos.
Com IDHM 0,871 -acima de
0,8 o índice é considerado alto-,
a cidade destina R$ 9 milhões de
seu orçamento ao esporte.
Sua maior rival, apesar de contar com um investimento mais
modesto (R$ 5 milhões), possui
equipes de ponta em tantas modalidades que nem o responsável
pelo programa esportivo da cidade consegue quantificá-las.
"Fora esportes pouco praticados, como tiro com arco, temos
atletas em todos os esportes olímpicos", conta Mauro Chekin, assessor de esporte de competição
da Prefeitura de São Caetano.
A cidade ostenta IDHM 0,919,
equivalente ao índice de países
como Alemanha e Espanha. Mas
mesmo um "paraíso" como esse
sofre com as flutuações econômicas. "A maior parte de nossa arrecadação vem do ICMS pago pela
GM. Com a queda na venda de
carros, houve cortes no orçamento. Perdemos R$ 2 milhões para o
esporte em 2003", afirma Chekin.
Nem sempre o poder público é
quem investe. Em Ribeirão Preto
é uma instituição de ensino quem
banca o projeto esportivo. "A
qualidade de vida é um atrativo
quando tentamos contratar um
atleta. Todos querem viver em Ribeirão", conta Nilson Curti, diretor-superintendente do COC.
A cidade revelou Alex, contratado pelo San Antonio. "Ele é um
exemplo do que o esporte pode
fazer. O Alex era servente de pedreiro. Hoje está na NBA", diz.
Outra empresa, a Malwee, investe R$ 80 mil por mês para
manter o futsal de Jaraguá do Sul
(SC), que conta com Fernando
Ferretti, técnico da seleção, e com
astros como Franklin e Falcão.
"Um time desse nível só pode ser
mantido porque a cidade é rica",
diz o supervisor Kléber Rangel.
Se a manutenção do elenco em
uma cidade com pouco mais de
100 mil habitantes causa estranheza, o caso de Carlos Barbosa
(RS), 20.519 habitantes, é mais
enigmático. O time local ganhou,
em 2001, a Taça Brasil e a Liga Futsal. E conta com o mecenas esportivo mais antigo do país: a Tramontina está no time há 28 anos.
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