UOL


São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GEOGRAFIA

Cidades com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal mais alto do Brasil concentram atletas vencedores

Qualidade de vida reflete elite do esporte

ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

As 30 cidades com melhor qualidade de vida, medidas pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, indicador da Organização das Nações Unidas que leva em conta renda, educação e expectativa de vida, concentram a elite esportiva do país.
Nelas estão a sede dos atuais campeões brasileiro de futebol (Santos), da Taça Brasil de futsal (Jaraguá do Sul) e do Nacional masculino de basquete (Ribeirão Preto), além do local de treinos da equipe nacional de ginástica artística (Curitiba), da hexacampeã dos Jogos Abertos do Interior (São Caetano) e da terra natal de Gustavo Kuerten (Florianópolis).
Cidades que resolveram seus problemas mais graves têm condição de aplicar recursos no esporte. "Se conseguimos manter um nível bom nas outras áreas, podemos investir mais no esporte, inclusive no de alto rendimento", diz Marcos Vinícius Rosis, secretário de Esporte de Santos.
A cidade, além de contar com um dos principais clubes de futebol do país, também representa a grande ameaça à hegemonia de São Caetano nos Jogos Abertos.
"Estamos nos preparando para ganhar", não esconde Rosis, referindo-se à competição, que começa na sexta-feira, em Santos.
Com IDHM 0,871 -acima de 0,8 o índice é considerado alto-, a cidade destina R$ 9 milhões de seu orçamento ao esporte.
Sua maior rival, apesar de contar com um investimento mais modesto (R$ 5 milhões), possui equipes de ponta em tantas modalidades que nem o responsável pelo programa esportivo da cidade consegue quantificá-las.
"Fora esportes pouco praticados, como tiro com arco, temos atletas em todos os esportes olímpicos", conta Mauro Chekin, assessor de esporte de competição da Prefeitura de São Caetano.
A cidade ostenta IDHM 0,919, equivalente ao índice de países como Alemanha e Espanha. Mas mesmo um "paraíso" como esse sofre com as flutuações econômicas. "A maior parte de nossa arrecadação vem do ICMS pago pela GM. Com a queda na venda de carros, houve cortes no orçamento. Perdemos R$ 2 milhões para o esporte em 2003", afirma Chekin.
Nem sempre o poder público é quem investe. Em Ribeirão Preto é uma instituição de ensino quem banca o projeto esportivo. "A qualidade de vida é um atrativo quando tentamos contratar um atleta. Todos querem viver em Ribeirão", conta Nilson Curti, diretor-superintendente do COC.
A cidade revelou Alex, contratado pelo San Antonio. "Ele é um exemplo do que o esporte pode fazer. O Alex era servente de pedreiro. Hoje está na NBA", diz.
Outra empresa, a Malwee, investe R$ 80 mil por mês para manter o futsal de Jaraguá do Sul (SC), que conta com Fernando Ferretti, técnico da seleção, e com astros como Franklin e Falcão. "Um time desse nível só pode ser mantido porque a cidade é rica", diz o supervisor Kléber Rangel.
Se a manutenção do elenco em uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes causa estranheza, o caso de Carlos Barbosa (RS), 20.519 habitantes, é mais enigmático. O time local ganhou, em 2001, a Taça Brasil e a Liga Futsal. E conta com o mecenas esportivo mais antigo do país: a Tramontina está no time há 28 anos.


Texto Anterior: Futebol: Chelsea segue na cola do Arsenal no Inglês
Próximo Texto: Saiba mais: Infra-estrutura é diferencial para gerar talentos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.