São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

O melhor jogador do Brasileiro é...

JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA

Cara leitora, coroa leitor, eu vos pergunto: Quem é o melhor jogador do Brasileiro?
Eu bem que gostaria de responder que é Robinho. Mas, como ele foi embora... Meu segundo colocado seria Fred. Mas, como ele também foi embora...
Fiz essa pergunta em meu blog na segunda-feira e recebi cerca de mil respostas.
Dezoito matemáticos torcedores disseram mui sensatamente que a coisa mais importante para o futebol é o gol e, assim, votaram em Robson, do Paysandu, artilheiro do campeonato mesmo jogando num dos lanternas.
Os estilistas lembraram de Roger (37 votos), que vem jogando com classe, oito colorados citaram Rafael Sóbis, uma das revelações do torneio, e os flamenguistas falaram do goleiro Diego (oito votos), valorizando o pobre rapaz que bem merecia ganhar hora extra, de tanto que trabalha.
Os palmeirenses disseram que o meia-ponta-de-lança-centroavante Marcinho (30 votos) é disparado o melhor. Os santistas ficaram em dúvida entre dois atletas, Ricardinho (11) e Giovanni (23), sabendo que o primeiro vem sendo mais regular e o segundo mais espetacular.Os são-paulinos tiveram mais dúvida ainda, uma dúvida tripla, pois Cicinho (32), Amoroso (33) e Rogério Ceni (57) vêm fazendo um belo Nacional.
Muitos pensaram em Romário (61), certamente pelo conjunto da obra, e alguns em Alex Dias (30), que vem fazendo milagres jogando neste Vasco. Do Centro-Oeste vieram elogios para Paulo Baier (8) e do Nordeste para o meia Lúcio (7), que, depois que começou a usar trancinhas, está jogando um futebol livre, leve e solto, correndo muito e fazendo belas jogadas.
Todos esses jogadores realmente estão fazendo um ótimo papel, mas o pódio, hoje, para mim seria ocupado por três atletas:
O bronze iria para Tevez (o grande vencedor na votação popular, com nada menos que 192 votos). Ele não é sensacional, mas é um jogador raro, um legítimo representante daquela linhagem de craques que consegue aliar garra e habilidade. Não foi à toa que ele conquistou a torcida corintiana de um modo tão apaixonado como não acontecia desde os tempos de Marcelinho Carioca. A minha medalha de prata iria para Marques (33), que vem jogando o fino. Ele continua rápido, inteligente e parece que vai levar o Atlético-MG a uma recuperação que parecia impossível.
Mas acho que o melhor jogador do campeonato, pelo menos por enquanto, é Petikovic (57 votos), que deu nova alma ao Fluminense e ajudou a levar o time das posições intermediárias para as primeiras. Além disso, dos pés do sérvio saem as jogadas mais imprevisíveis e bonitas do Brasileiro.
Curiosamente, alguns torcedores não votaram em jogadores, mas em juízes. Edilson Pereira de Carvalho recebeu 17 votos, e o Zveiter foi melhor ainda: 36 sufrágios. Segundo estes leitores-eleitores, bom jogador é aquele que consegue, sozinho, mudar o resultado de um jogo, e, neste campeonato, ninguém fez isso melhor do que eles.

A balança e o apito
Realmente não dá para saber em que jogos Edilson errou por pilantragem ou por ruindade. Mas deve haver alguma ou algumas das 11 partidas em que ele não influiu no resultado. Não seria mais justo analisar caso a caso? A decisão de anular todos os jogos não é preguiçosa e medrosa? Vitórias como a do Figueirense, por exemplo, não são incontestáveis? Talvez a justiça seja mais justa se for feita no varejo, e não no atacado.

A seleção do Brasileiro
Publico hoje no blog (blogdotorero.blog.uol.com.br) o resultado completo (ou quase) da votação. E adianto qual seria a seleção dos leitores: Rogério; Cicinho, Gamarra, Lugano e Michel Bastos; Marcinho Guerreiro, Marcelo Mattos, Roger e Petkovic; Romário e Tevez.


@ - blogdotorero@uol.com.br

Texto Anterior: Ação - Carlos Sarli: Que vença o melhor
Próximo Texto: Futebol: Nery mantém Corinthians líder isolado
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.