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Alonso racha Renault na hora da decisão da F-1
Andy Wong/Associated Press
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O espanhol Fernando Alonso concede entrevista na qual atacou seu companheiro de Renault |
Após acusar a equipe de sabotagem, atual campeão atira até no companheiro
Mecânicos já falam em fazer corpo mole no GP do Japão, neste domingo, que pode dar o octa a Schumacher se espanhol não pontuar
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SUZUKA
Os mecânicos fecham a cara
para Fernando Alonso. A cúpula do time está irritada com
Fernando Alonso. O companheiro de equipe rompeu com
Fernando Alonso. E tudo isso,
obra dele: Fernando Alonso.
Em Suzuka, às vésperas da
prova que pode decidir o Mundial, o espanhol empreendeu o
que nem o mais fanático ferrarista conseguiria. Destruiu, arrasou o ambiente na Renault.
E, a partir da próxima madrugada, dependerá de um time rachado para evitar o que soa cada vez mais real, o octacampeonato de Michael Schumacher.
O treino que define o grid do
GP do Japão começa às 2h de
amanhã (de Brasília), com TV,
e tem importância extra. Caso
vença e Alonso não pontue, o
ferrarista será campeão.
Alonso, ao que tudo indica,
terá que se virar sozinho. O estopim para a crise foi a entrevista coletiva que concedeu ontem. "Eu deveria ter recebido
mais ajuda da equipe neste ano.
Em alguns momentos, me senti
sozinho", disse o atual campeão, para em seguida dar
exemplos de sua "solidão".
"Houve dois GPs difíceis neste ano, em Indianápolis, onde
não era competitivo, e em Xangai, onde perdi ritmo por dez
voltas. Nessas horas, acredito
que a equipe deveria ter agido."
O espanhol também criticou
o companheiro. "Na China, o
[Giancarlo] Fisichella me atacou, lutamos, ele me ultrapassou, depois eu o ultrapassei...
Essas coisas, esses riscos faltando três corridas para o fim
do campeonato... Seu companheiro é um pouco... Não é bom
o suficiente, eu acho", afirmou.
O italiano recebeu as declarações com indignação. "Estou
surpreso. Não sei por que ele
disse isso. Eu corro por mim,
não pelo Fernando. Não posso
parar no meio da pista para ele
passar. Já o ajudei bastante
neste ano e se ele perder o título não será por minha culpa."
Ontem, o diário alemão
"Bild" piorou a situação. Publicou que Fisichella foi à festa do
alemão em um hotel de Xangai
após a vitória, no domingo.
No GP dos EUA, em julho,
Alonso era o terceiro colocado
e sofria com um motor ruim
quando foi superado pelo escudeiro. Sem a proteção do italiano, foi batido ainda por Jarno
Trulli. Acabou em quinto.
Na China, no último domingo, liderava a prova quando enfrentou problemas de pneus.
Mais uma vez Fisichella, que o
separava de Schumacher, fez a
ultrapassagem, deixando-o à
mercê do alemão, que também
o superou. No fim da prova, o
espanhol deu o troco no companheiro. Acabou em segundo.
O racha com Fisichella é apenas o último de uma série. No
início da semana, Alonso irritou os dirigentes da Renault ao
insinuar que estava sendo boicotado por integrantes do time
que não gostariam que ele levasse o número 1 para a rival
McLaren, que o terá em 2007.
Publicamente, numa tentativa de aplacar a crise, a direção
da Renault declarou apoio ao
piloto e afastou o mecânico
que, por duas vezes, na Hungria
e na China, atrapalhou-se ao
trocar o pneu traseiro direito.
Ação e reação: a punição desagradou aos outros mecânicos, que em Suzuka já contaram a colegas de outros times a
intenção de fazer corpo mole
neste fim de semana. Hoje, no
primeiro treino, sob forte chuva, nem precisaram cumprir a
ameaça: os duelistas não entraram na pista. Apenas 11 pilotos
fecharam volta, o mais rápido
Anthony Davidson, da Honda.
Schumacher não quis comentar o drama do rival. Ante a
insistência dos repórteres, definiu: "Interessante". E sorriu.
Treino oficial para o GP do Japão
Globo, ao vivo, às 2h de amanhã
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