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Cota de estrangeiros racha a Europa
Limite de gringos por clube sugerido por Blatter esbarra na União Européia e gera críticas de clubes
DA REPORTAGEM LOCAL
O plano do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de colocar
um limite de jogadores estrangeiros por clubes acendeu velha e nova polêmica na Europa.
O máximo dirigente do futebol quer que os times tenham a
partir da temporada 2010/2011
no máximo cinco atletas de outros países em suas equipes titulares -ao iniciar o jogo, seriam necessários seis ""nativos".
""A filosofia é fantástica, mas
legalmente isso é difícil. Entendo a posição da Fifa porque ela
conta com 208 federações nacionais filiadas e existem 29
membros da União Européia
na Uefa. A filosofia é boa, mas,
para mim, não é possível", falou
o francês Michel Platini, presidente da Uefa, a entidade que
comanda o futebol europeu.
O ex-craque se refere às leis
na Europa que dão liberdade
para os trabalhadores atuarem
em outros países do bloco.
""Você não pode comparar
um trabalhador com um jogador de futebol. O futebol é forte
o suficiente para se organizar
sozinho", defendeu Blatter.
O jogador belga Jean-Marc
Bosman revolucionou o esporte em 1995 ao ganhar na Justiça
o direito de jogar na França -a
Corte Européia considerou que
a venda do passe e a limitação
de estrangeiros infringiam a lei
européia sobre a livre circulação de trabalhadores entre os
países da União Européia.
Autoridades no velho continente já rebateram as palavras
de Blatter e acenam com a possibilidade de multas a entidades e clubes que ferirem a lei.
""Os futebolistas são trabalhadores segundo as leis européias. Tivemos a Lei Bosman 12
anos atrás", disse Fréderic Vincent, porta-voz da Educação e
Cultura da União Européia.
Blatter entende que as autoridades européias deveriam interferir no futebol apenas na
segurança de estádios, nas
questões envolvendo doping e
nos casos de corrupção. O dirigente suíço se ampara também
em posição similar do COI (Comitê Olímpico Internacional).
""O esporte pode desempenhar um papel único devido à
sua autonomia. Esse papel seria seriamente ameaçado se entidades esportivas estiverem
sujeitas à interferência pública", disse Jacques Rogge, dirigente belga que preside o COI.
Blatter diz que conta com o
apoio de importantes nomes do
futebol mundial, como Franz
Beckenbauer, Johan Cruyff e
Alex Ferguson, porém os clubes mais poderosos da Europa,
que integram o chamado G14,
colocam-se contrários ao plano
de limitar atletas estrangeiros.
A Fifa deve destacar na próxima semana um comitê específico para tratar do tema. O
Comitê Executivo da entidade
depois cuidaria da questão.
A Uefa tem desde 2006 uma
regra chamada ""jogador feito
em casa" que exige dos clubes
envolvidos nas competições
européias um mínimo de oito
atletas formados na base.
""Você não pode olhar o futebol somente pelo prisma das
leis. Você tem que proteger o
futebol, as academias de futebol. Não podemos ficar à mercê
das decisões tomadas por comissões ou pela Justiça", falou
Platini, que ascendeu na Fifa
como aliado de Blatter e na Uefa falando em universalização.
Com agências internacionais
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