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Rio-16 paga R$ 450 mil por mês em salários
Na 4ª tentativa de sediar Jogos, país promove a sua candidatura mais cara
Comparada com campanha para a Copa de 2014 e com o seu respectivo comitê organizador, comissão da Rio-2016 mostra-se inchada
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A comissão de candidatura
Rio 2016 já custa cerca de R$
450 mil por mês aos cofres públicos apenas em salários. Há
uma previsão de aumento da
folha até a escolha definitiva da
sede da Olimpíada de 2016.
A conta da postulação da cidade a sediar os Jogos já ultrapassa R$ 100 milhões em recursos do governo federal dados para a comissão ou investidos diretamente -serão R$ 80
milhões só neste ano.
Já é a candidatura mais cara
do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que também fez tentativas para as edições de 2000
(Sydney foi a escolhida), 2004
(Atenas) e 2012 (Londres).
Desta vez, a comissão ganhou
em corpo. Já são 46 funcionários trabalhando na Rio-2016.
Ainda há o apoio de outros 22
profissionais, do comitê. O secretário-geral da candidatura,
Carlos Roberto Osório, por
exemplo, não é remunerado
pela comissão.
O COB também tem a maior
parte de suas despesas custeadas por verbas federais oriundas da Lei Agnelo/Piva.
Com mais de cem funcionários, a estrutura da instituição
consumiu R$ 68 milhões nos
últimos quatro anos.
Na comissão de candidatura,
além dos salários, há gastos
também com custeio, manutenção e tecnologia, entre outros, segundo afirmou a assessoria do órgão.
Todas as despesas serão bancadas pelo governo federal,
Prefeitura do Rio de Janeiro e
setor privado, diz o Ministério
do Esporte. Mas até agora a
previsão é de que os maiores
aportes sejam de responsabilidade do governo federal.
Só para os pagamentos dos
funcionários a União liberou
R$ 877 mil para o COB em um
convênio datado de agosto deste ano. O comitê entrou com
uma contrapartida de R$
13.478. O total é R$ 890 mil.
Esse montante será utilizado
para o pagamento de dois meses da folha salarial, incluídos
todos os encargos.
Empresas costumam calcular que os direitos trabalhistas
acrescentam 70% à folha salarial. Neste cenário, o salário
médio dos funcionários da comissão de candidatura gira em
torno de R$ 5.700,00.
Segundo a assessoria da comissão, há ainda a previsão de
ampliação deste grupo nos próximos meses.
Comparada com a candidatura e o comitê organizador da
Copa-2014, a comissão do Rio
de 2016 é bem mais inchada.
Na campanha para sediar o
Mundial, em que era chapa única, a CBF usou apenas três diretores, que eram remunerados,
além do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, pago pela
própria confederação.
Anunciado na semana passada, o comitê organizador da Copa, que só deve pagar salários
no próximo ano, tem cinco pessoas trabalhando, mais Teixeira. Não houve dinheiro público
envolvido.
Já o Comitê Organizador do
Pan-2007 também era bancado
por verbas municipais e federais. Até hoje o COB registra dívidas das autoridades públicas
por conta de despesas que custeou do comitê, como aluguéis.
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