São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rio-16 paga R$ 450 mil por mês em salários

Na 4ª tentativa de sediar Jogos, país promove a sua candidatura mais cara

Comparada com campanha para a Copa de 2014 e com o seu respectivo comitê organizador, comissão da Rio-2016 mostra-se inchada

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A comissão de candidatura Rio 2016 já custa cerca de R$ 450 mil por mês aos cofres públicos apenas em salários. Há uma previsão de aumento da folha até a escolha definitiva da sede da Olimpíada de 2016.
A conta da postulação da cidade a sediar os Jogos já ultrapassa R$ 100 milhões em recursos do governo federal dados para a comissão ou investidos diretamente -serão R$ 80 milhões só neste ano.
Já é a candidatura mais cara do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que também fez tentativas para as edições de 2000 (Sydney foi a escolhida), 2004 (Atenas) e 2012 (Londres).
Desta vez, a comissão ganhou em corpo. Já são 46 funcionários trabalhando na Rio-2016. Ainda há o apoio de outros 22 profissionais, do comitê. O secretário-geral da candidatura, Carlos Roberto Osório, por exemplo, não é remunerado pela comissão.
O COB também tem a maior parte de suas despesas custeadas por verbas federais oriundas da Lei Agnelo/Piva.
Com mais de cem funcionários, a estrutura da instituição consumiu R$ 68 milhões nos últimos quatro anos.
Na comissão de candidatura, além dos salários, há gastos também com custeio, manutenção e tecnologia, entre outros, segundo afirmou a assessoria do órgão.
Todas as despesas serão bancadas pelo governo federal, Prefeitura do Rio de Janeiro e setor privado, diz o Ministério do Esporte. Mas até agora a previsão é de que os maiores aportes sejam de responsabilidade do governo federal.
Só para os pagamentos dos funcionários a União liberou R$ 877 mil para o COB em um convênio datado de agosto deste ano. O comitê entrou com uma contrapartida de R$ 13.478. O total é R$ 890 mil.
Esse montante será utilizado para o pagamento de dois meses da folha salarial, incluídos todos os encargos.
Empresas costumam calcular que os direitos trabalhistas acrescentam 70% à folha salarial. Neste cenário, o salário médio dos funcionários da comissão de candidatura gira em torno de R$ 5.700,00.
Segundo a assessoria da comissão, há ainda a previsão de ampliação deste grupo nos próximos meses.
Comparada com a candidatura e o comitê organizador da Copa-2014, a comissão do Rio de 2016 é bem mais inchada.
Na campanha para sediar o Mundial, em que era chapa única, a CBF usou apenas três diretores, que eram remunerados, além do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, pago pela própria confederação.
Anunciado na semana passada, o comitê organizador da Copa, que só deve pagar salários no próximo ano, tem cinco pessoas trabalhando, mais Teixeira. Não houve dinheiro público envolvido.
Já o Comitê Organizador do Pan-2007 também era bancado por verbas municipais e federais. Até hoje o COB registra dívidas das autoridades públicas por conta de despesas que custeou do comitê, como aluguéis.


Texto Anterior: Novo Imperador
Próximo Texto: Outro lado: "COB possui autonomia", diz ministério
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.