São Paulo, terça-feira, 06 de outubro de 2009

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COI busca se atualizar, mas não tem pressa

DO ENVIADO A COPENHAGUE

A cúpula do COI percebeu a necessidade de usar mais mecanismos de tecnologia para manter os jovens atraídos pela Olimpíada. Mas deu sinais ontem de que isso vai ocorrer apenas a passos lentos.
Documento final do Congresso do Comitê Olímpico Internacional indica que uma "nova estratégia" tem que ser adotada na relação com os veículos de comunicação. A intenção é utilizar toda a vantagem da "revolução digital".
Tanto que o COI chamou o especialista em novas mídias Martin Sorrel, que é executivo do grupo WPP, um consórcio atuante no setor, para dar palestra na entidade. Para ele, a entidade deve disponibilizar mais seu conteúdo on-line.
"Se eles vão ficar on-line, você tem que ficar on-line. Não negue isso ou coloque isso como uma dificuldade", afirmou ele na palestra.
Sorrel mostrou dados que indicam que a exibição de vídeos nos sites da rede NBC, que detinha os direito dos Jogos-2008, dobrou o número de horas que o público assistiu à programação olímpica de Pequim, somadas internet e televisão.
Ainda defendeu uma maior interação do público, que chamou de clientes, nos sites da entidade. E sugeriu iniciativa em sites de relacionamentos, como o Facebook, e o uso do You Tube nesta estratégia.
O problema é que o COI não pretende avançar tão rápido, como deixou claro o seu presidente Jacques Rogge em entrevista ao final do congresso.
"Em vários países, o total de acesso wireless é pequeno.Tem que levar em conta que há países menos sofisticados", afirmou o dirigente. Assim, ele prega que o aumento da disseminação da informação só pela internet prejudicaria a universalidade da informação olímpica, já que nem todos podem contar com o mesmo acesso.
Outra ponderação de Rogge é que o COI não poderia liberar o conteúdo das competições imediatamente pela internet, sob pena de prejudicar as redes que compram direitos de televisão. O presidente do comitê indicou que pretende manter um embargo de tempo aos sites da internet em relação à exibição ao vivo de imagens das competições olímpicas.
Apesar das ressalvas, o COI recomendou a criação de uma força-tarefa para o estudo de novas mídias. E ainda há uma intenção de reforçar o laço com a indústria de jogos eletrônicos. A intenção é incentivar a atividade física entre os jovens.
Em comparação com a Fifa, o COI ainda tem uma participação tímida na internet.
A entidade que comanda o futebol entrou firme, por exemplo, na produção de conteúdo próprio para o seu site.
Na última Copa das Confederações, a Fifa produziu dezenas de entrevistas exclusivas com jogadores das seleções, incluindo o Brasil, e disponibilizou o conteúdo on-line, gratuitamente. (RODRIGO MATTOS)


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