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COI busca se atualizar, mas não tem pressa
DO ENVIADO A COPENHAGUE
A cúpula do COI percebeu a
necessidade de usar mais mecanismos de tecnologia para
manter os jovens atraídos pela
Olimpíada. Mas deu sinais ontem de que isso vai ocorrer apenas a passos lentos.
Documento final do Congresso do Comitê Olímpico Internacional indica que uma
"nova estratégia" tem que ser
adotada na relação com os veículos de comunicação. A intenção é utilizar toda a vantagem
da "revolução digital".
Tanto que o COI chamou o
especialista em novas mídias
Martin Sorrel, que é executivo
do grupo WPP, um consórcio
atuante no setor, para dar palestra na entidade. Para ele, a
entidade deve disponibilizar
mais seu conteúdo on-line.
"Se eles vão ficar on-line, você tem que ficar on-line. Não
negue isso ou coloque isso como uma dificuldade", afirmou
ele na palestra.
Sorrel mostrou dados que indicam que a exibição de vídeos
nos sites da rede NBC, que detinha os direito dos Jogos-2008,
dobrou o número de horas que
o público assistiu à programação olímpica de Pequim, somadas internet e televisão.
Ainda defendeu uma maior
interação do público, que chamou de clientes, nos sites da
entidade. E sugeriu iniciativa
em sites de relacionamentos,
como o Facebook, e o uso do
You Tube nesta estratégia.
O problema é que o COI não
pretende avançar tão rápido,
como deixou claro o seu presidente Jacques Rogge em entrevista ao final do congresso.
"Em vários países, o total de
acesso wireless é pequeno.Tem
que levar em conta que há países menos sofisticados", afirmou o dirigente. Assim, ele prega que o aumento da disseminação da informação só pela internet prejudicaria a universalidade da informação olímpica,
já que nem todos podem contar
com o mesmo acesso.
Outra ponderação de Rogge é
que o COI não poderia liberar o
conteúdo das competições
imediatamente pela internet,
sob pena de prejudicar as redes
que compram direitos de televisão. O presidente do comitê
indicou que pretende manter
um embargo de tempo aos sites
da internet em relação à exibição ao vivo de imagens das
competições olímpicas.
Apesar das ressalvas, o COI
recomendou a criação de uma
força-tarefa para o estudo de
novas mídias. E ainda há uma
intenção de reforçar o laço com
a indústria de jogos eletrônicos.
A intenção é incentivar a atividade física entre os jovens.
Em comparação com a Fifa, o
COI ainda tem uma participação tímida na internet.
A entidade que comanda o
futebol entrou firme, por
exemplo, na produção de conteúdo próprio para o seu site.
Na última Copa das Confederações, a Fifa produziu dezenas
de entrevistas exclusivas com
jogadores das seleções, incluindo o Brasil, e disponibilizou o
conteúdo on-line, gratuitamente.
(RODRIGO MATTOS)
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