São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2010 |
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Campeã é flagrada no antidoping
Geisa Arcanjo, ouro no Mundial júnior de atletismo, testa positivo para substância diurética
DANIEL BRITO DE SÃO PAULO A atleta paulista do arremesso de peso Geisa Rafaela Arcanjo, 18, testou positivo para a substância hidroclorotiazida, proibida pela Wada (Agência Mundial Antidoping). O exame ocorreu durante o Mundial júnior de atletismo, realizado na cidade de Moncton, no Canadá. O teste foi realizado em 20 de julho, dia em que arremessara o peso a 17,02 m, nove centímetros abaixo da melhor marca de sua carreira (17,11 m), e conquistara o primeiro ouro para o Brasil em 16 anos na competição. Ela será julgada até dezembro pela comissão disciplinar da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), e o resultado será submetido à aprovação da Iaaf (Associação das Federações Internacionais de Atletismo). Está sujeita a dois anos de suspensão. Além da anulação da marca e a perda do ouro. A hidroclorotiazida é uma substância diurética, que, segundo Geisa, foi ingerida involuntariamente após utilizar produtos para emagrecimento, como chá verde e óleo de cártamo. Ela apresentou as justificativas à CBAt e à Iaaf, no início de agosto, e solicitou a contraprova. Por meio de nota enviada à imprensa ontem, a CBAt informou que os treinadores da atleta no Centro Nacional de Treinamento de Atletismo, em Uberlândia (MG), não sabiam nem sequer foram consultados sobre a ingestão dos produtos. A amostra B ratificou o resultado do primeiro exame. Desde agosto, Geisa está suspensa preventivamente pela confederação nacional. "Não acredito que Geisa tenha agido de má-fé", opinou Thomaz Mattos de Paiva, presidente da ANAD (Agência Nacional de Antidoping) da confederação. "Às vezes uma atleta fala para outra que está tomando tal produto para emagrecer, e a Geisa pode ter dito: "Ah, eu vou tomar também". Por isso, eu acredito em negligência", exemplificou Paiva. Uma das maiores autoridades do mundo em prevenção e combate ao doping, o médico gaúcho Eduardo de Rose, declarou à Folha que o peso do competidor pouco influencia no resultado da prova de Geisa Arcanjo. "No lançamento do dardo, é preciso ser leve. Já no martelo, é até importante ter um peso corporal maior. Mas, no arremesso de peso, é absolutamente neutro estar magro ou gordo", explicou. Os diuréticos são proibidos por ajudarem a limpar vestígios de outros dopantes mais fortes, porque provoca aumento da urina. Por ingerir substâncias de característica semelhante, a ginasta Daiane dos Santos foi punida por cinco meses em 2010. Ela alegou que havia declarado com antecedência o consumo de substâncias proibidas segundo a lista da Wada o que atenuou a pena. A nadadora Daynara de Paula também foi flagrada no antidoping por utilizar diuréticos e foi punida pela Fina (Federação Internacional de Natação), em agosto deste ano, por seis meses. Texto Anterior: Tênis: Guga enfrenta Agassi no Rio, em dezembro Próximo Texto: Brasil teve maior escândalo em 2009 Índice | Comunicar Erros |
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