|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Hora de ter cabeça
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Que rodada espetacular, esta de hoje do Brasileirão.
Primeiro, tem Corinthians e
Inter, em casa, contra Santos e
Ponte Preta, respectivamente.
Depois, independentemente dos
resultados obtidos pelo líder e vice-líder, corintianos e colorados
torcem contra o Flu, que recebe o
Figueirense.
Fluminense que tem a vida menos difícil daqui até o fim do campeonato.
Corinthians e Inter vêm de derrotas, a gaúcha mais preocupante
que a paulista. Porque o líder perdeu para o Cruzeiro, no Mineirão, graças a dois pênaltis infantis
e depois de jogar bem, num resultado imerecido. Já o vice-líder levou um vareio de bola do Paraná
Clube, em partida disputada fora
do Beira-Rio, mas diante da torcida colorada em Cascavel.
O Inter sentiu a barra de jogar
tão próximo da liderança e aliviou a pressão para cima do
Corinthians, que pegaria um
Santos destroçado no Pacaembu
não fosse a esperada diminuição
da pena de Giovanni (o STJD tem
sido sempre mais benevolente ao
julgar os recursos que lhe são
apresentados), cuja volta dá um
renovado sabor de revanche ao
clássico.
O favoritismo ainda é corintiano, mas tudo o que cerca o jogo
torna o resultado imprevisível.
Porque pode ser a maior alegria
santista neste fim melancólico de
temporada sem a magia de Robinho. Como é favorito o Inter
diante da Ponte Preta, apesar de,
agora, sob a desconfiança de sua
própria torcida depois da fraquejada de quinta-feira.
Em compensação, o Fluminense navega em mares bem mais
calmos. Vem de importante vitória sobre o Goiás, no Serra Dourada, e tem um caminho menos duro pela frente do que o dos dois times que precisa superar.
Ganhar do Figueirense sem Edmundo, que, quando parecia maduro, deu um pisão incompreensível no adversário e acabou expulso na última partida, será missão tranqüila.
É verdade que o tricolor tem três
vitórias a menos que o Corinthians e isso pode pesar, além
de não ter mais confrontos nem
com o líder nem com o vice-líder,
que ainda se enfrentarão em
São Paulo.
E, finalmente, os três primeiros
colocados têm jogos neste meio de
semana pela tal Copa Sul-Americana. Se tiverem juízo, pouparão
suas estrelas na Cidade do México (o Corinthians), na Bombonera (o Internacional) e em Santiago do Chile (o Flu). Porque agora
é a hora de jogar futebol e usar a
cabeça.
Bola, no momento, os cariocas
estão jogando melhor, time mais
empolgante deste campeonato
sem nenhum timaço.
Cabeça é difícil dizer quem tem
melhor, se é que há em algum dos
três que não seja apenas para
equilibrar a cartola.
O tetracampeonato brasileiro
para Corinthians e Inter e o bi para o Flu são muito mais valiosos
que uma eventual conquista da
ainda desimportante Copa Sul-Americana. E até mesmo a garantia de uma vaga na Libertadores do ano que vem vale mais.
A torcida também acha, mas isso, para cartola, é detalhe.
Má vontade
A coluna não conseguiu ouvir nenhum publicitário que respaldasse
a tese de que o calendário nacional de futebol não pode ser adaptado
ao calendário mundial porque isso traria problemas já que o mercado opera de janeiro a dezembro. Especialistas ouvidos, aí incluído
um antigo importante diretor da TV Globo, argumentam que a
adaptação seria facílima e que o pacote é vendido com a temporada
toda, comece no mês que começar. A mudança seria só a de que em
vez de se vender o Futebol 2006, por exemplo, se venderia o Futebol
2006/2007, sem dramas. Em resumo: mais parece um capricho, outro, da Globo Esportes, que vive contrariada porque derrotada na
fórmula do Brasileirão -a queria com mata-mata. Quanto ao êxodo
de atletas, é óbvio que a adequação não o diminuiria. Apenas, o que
não é pouco, impediria que a sangria se desse em meio ao torneio.
blogdojuca@uol.com.br
Texto Anterior: Atletismo: Aos 36, Paul Tergat estréia em NY em busca de fama e título inédito Próximo Texto: Surfe: Brasileiro deve ser 1º muçulmano na elite Índice
|