|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vôlei quer limitar estrangeiros nas equipes
Federação internacional estuda impor máximo de três contratações por time, lança nova bola para Pequim e se muda para castelo
DA REPORTAGEM LOCAL
A Itália sofre com a falta de
espaço para suas promessas
vingarem. O Brasil reclama que
suas estrelas e apostas vão cada
vez mais cedo para o exterior.
As federações dos dois países
podem ganhar agora ajuda da
FIVB para impor uma "solução" para seus problemas.
A entidade que gere o vôlei
mundial irá discutir, na reunião
de seu comitê executivo, em
abril, o limite de três jogadores
estrangeiros por equipe nas
competições entre clubes.
O Campeonato Italiano é um
dos que mais conta com atletas
de fora do país. Na competição
feminina, há até oito estrangeiras em uma mesma agremiação
-a média é de cinco nomes.
Entre os homens, a média sobe para seis. O Modena, por
exemplo, conta com cinco não-italianos, todos do Brasil -Sidão, André Nascimento, André
Heller, Murilo e Ricardinho.
A Itália, tricampeã mundial
nos anos 90, despencou no cenário internacional nesta década. Ao mesmo tempo, seu Nacional tornou-se o mais disputado do mundo, atraindo jogadores tanto da elite como de segundo escalão. Com isso, os
atletas locais enfrentam concorrência cada vez maior.
A confederação brasileira reclama de outro problema. Com
as altas propostas estrangeiras
e a valorização dos jogadores
nacionais, a Superliga tem visto
seu nível cair. Os clubes do país
não têm poder econômico para
conter o êxodo. E o torneio não
oferece os mesmos atrativos da
Europa, onde estão os melhores atletas do mundo.
"Nossa meta é proteger os jogadores jovens, precisamos
promover os locais, que irão representar seus países, para que
tenham o direito de jogar desde
cedo e não sejam bloqueados
por atletas de outras federações", afirmou o presidente da
FIVB, Ruben Acosta, em encontro com a imprensa no Japão, onde acontece a Copa do
Mundo feminina de vôlei.
O dirigente também anunciou outra novidade para a próxima temporada. Quer emplacar uma nova bola de vôlei na
Olimpíada de Pequim-2008.
O novo modelo é mais macio
que o anterior. O material de
cobertura e o modo como foi
montado mudaram. Apenas as
linhas são coladas e não mais os
gomos por inteiro. O desenho
deles também sofreu alteração.
Segundo o dirigente, o modelo cumpre trajetória mais estável no ar e facilita os levantamentos e as recepções.
Duas bolas serão entregues
às seleções que disputam a Copa do Mundo, uma similar ao
modelo antigo e outra com visual renovado. Acosta quer que
os times avaliem as mudanças.
"O vôlei foi o primeiro esporte a usar bolas coloridas, e fomos seguidos. Agora é hora de
um novo formato e de uma nova tecnologia, que aumente o
apelo do esporte e ajude no
controle dos atletas", disse.
A própria FIVB terá novidades em 2008. A entidade se mudará para nova sede, reformada
pela mulher de Acosta, Malu.
"É um dos mais bonitos castelos da Suíça. Ofereceremos
estrutura de trabalho para a família FIVB em uma das mais
modernas instalações do mundo", disse o dirigente.
Acosta, há 23 anos à frente da
federação internacional, já foi
investigado por irregularidades
em sua administração. Uma delas foi a compra de uma casa,
com verba da entidade, para ser
residência do presidente. O
imóvel pertencia ao sogro dele.
Texto Anterior: Estatística: Antes raros, casos femininos têm explosão Próximo Texto: Copa do Mundo: Brasil encara Peru pela 2ª rodada Índice
|