São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2007

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Vôlei quer limitar estrangeiros nas equipes

Federação internacional estuda impor máximo de três contratações por time, lança nova bola para Pequim e se muda para castelo

DA REPORTAGEM LOCAL

A Itália sofre com a falta de espaço para suas promessas vingarem. O Brasil reclama que suas estrelas e apostas vão cada vez mais cedo para o exterior.
As federações dos dois países podem ganhar agora ajuda da FIVB para impor uma "solução" para seus problemas.
A entidade que gere o vôlei mundial irá discutir, na reunião de seu comitê executivo, em abril, o limite de três jogadores estrangeiros por equipe nas competições entre clubes.
O Campeonato Italiano é um dos que mais conta com atletas de fora do país. Na competição feminina, há até oito estrangeiras em uma mesma agremiação -a média é de cinco nomes.
Entre os homens, a média sobe para seis. O Modena, por exemplo, conta com cinco não-italianos, todos do Brasil -Sidão, André Nascimento, André Heller, Murilo e Ricardinho.
A Itália, tricampeã mundial nos anos 90, despencou no cenário internacional nesta década. Ao mesmo tempo, seu Nacional tornou-se o mais disputado do mundo, atraindo jogadores tanto da elite como de segundo escalão. Com isso, os atletas locais enfrentam concorrência cada vez maior.
A confederação brasileira reclama de outro problema. Com as altas propostas estrangeiras e a valorização dos jogadores nacionais, a Superliga tem visto seu nível cair. Os clubes do país não têm poder econômico para conter o êxodo. E o torneio não oferece os mesmos atrativos da Europa, onde estão os melhores atletas do mundo.
"Nossa meta é proteger os jogadores jovens, precisamos promover os locais, que irão representar seus países, para que tenham o direito de jogar desde cedo e não sejam bloqueados por atletas de outras federações", afirmou o presidente da FIVB, Ruben Acosta, em encontro com a imprensa no Japão, onde acontece a Copa do Mundo feminina de vôlei.
O dirigente também anunciou outra novidade para a próxima temporada. Quer emplacar uma nova bola de vôlei na Olimpíada de Pequim-2008.
O novo modelo é mais macio que o anterior. O material de cobertura e o modo como foi montado mudaram. Apenas as linhas são coladas e não mais os gomos por inteiro. O desenho deles também sofreu alteração.
Segundo o dirigente, o modelo cumpre trajetória mais estável no ar e facilita os levantamentos e as recepções.
Duas bolas serão entregues às seleções que disputam a Copa do Mundo, uma similar ao modelo antigo e outra com visual renovado. Acosta quer que os times avaliem as mudanças.
"O vôlei foi o primeiro esporte a usar bolas coloridas, e fomos seguidos. Agora é hora de um novo formato e de uma nova tecnologia, que aumente o apelo do esporte e ajude no controle dos atletas", disse.
A própria FIVB terá novidades em 2008. A entidade se mudará para nova sede, reformada pela mulher de Acosta, Malu.
"É um dos mais bonitos castelos da Suíça. Ofereceremos estrutura de trabalho para a família FIVB em uma das mais modernas instalações do mundo", disse o dirigente.
Acosta, há 23 anos à frente da federação internacional, já foi investigado por irregularidades em sua administração. Uma delas foi a compra de uma casa, com verba da entidade, para ser residência do presidente. O imóvel pertencia ao sogro dele.


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