São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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Motor reativa o pesadelo de Alonso

F-1
Confiabilidade de propulsor atormenta líder desde início do ano


TATIANA CUNHA
DE SÃO PAULO

Faltava um minuto para o fim da primeira sessão de treinos livres do GP Brasil quando Fernando Alonso estacionou sua Ferrari na grama com o motor estourado. A escuderia italiana apressou-se em dizer que uma troca já estava prevista para o fim do treino, mas o fato trouxe à tona um problema que atormentou Alonso desde o começo desta temporada.
A partir de 2010, pelo regulamento da F-1, cada piloto pode usar no máximo oito motores por ano, sendo que eles podem ser alternados.
Uma troca extra significa a perda de dez postos no grid.
Em São Paulo, onde hoje, às 14h, acontece o treino de classificação para a penúltima etapa do Mundial, os cinco pilotos que ainda lutam pelo título de 2010 estarão com o oitavo propulsor.
O problema para Alonso, único que pode se sagrar campeão já amanhã, é que seus motores têm mais milhagem que os dos rivais.
"Na verdade, foi até bom que isso aconteceu hoje [ontem], porque significa que não vai mais acontecer neste final de semana", tentou descontrair o piloto espanhol.
"Sabíamos que este motor estava no limite e agora vamos prestar atenção, pois, a qualquer sinal, podemos ser mais cuidadosos", disse ele.
Os infortúnios do ferrarista com os propulsores começaram logo na primeira etapa do ano, no Bahrein. A Ferrari optou por trocar os propulsores de Alonso e Felipe Massa, apenas por precaução. Na corrida seguinte, na Austrália, mais uma mudança. E, na Malásia, novo susto.
O espanhol teve de abandonar a duas voltas do fim com o motor do carro estourado.
Na mesma corrida, os dois pilotos da Sauber, que utiliza os propulsores de Maranello, também tiveram problemas.
Tantas quebras fizeram a Ferrari realizar uma grande investigação e solicitar à FIA uma mudança nos motores.
A equipe argumentou que um problema no desenho dos propulsores estava causando tantas quebras. A entidade que comanda o esporte autorizou, e o time executou as mudanças necessárias.
A questão é que, apesar da alteração e da aparente solução do problema, o espanhol começou a fazer antes o rodízio para o ano todo.
Levando-se em conta que cada piloto pode utilizar até oito unidades nas 19 corridas do ano, cada uma tem de durar, em média, 2.100 km.
"A diferença de um motor usado uma ou duas vezes é de alguns centésimos. De um novo para um usado, um décimo. Mas nossa preocupação é confiabilidade, e não performance", disse Alonso.
Apesar de a Ferrari não confirmar, ele deve ter um propulsor bastante usado

NA TV
Classificação do GP Brasil
14h Globo


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