São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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JOSÉ GERALDO COUTO

Buraco negro verde


O destino do Corinthians está na mão do Palmeiras, que queima técnicos e jogadores

DIABÓLICA IRONIA: tudo indica que o destino do Corinthians neste Brasileirão estará nas mãos de seu principal rival, o Palmeiras, que enfrentará nas duas últimas rodadas os principais adversários do alvinegro na luta pelo título, o Fluminense e o Cruzeiro.
E o Palmeiras já dá sinais de que jogou a toalha no campeonato. Dadas suas poucas chances de classificação para a Libertadores da América, resolveu centrar forças na disputa da Copa Sul-Americana, para azar dos corintianos.
Olhando em retrospecto o Palmeiras de um ano e meio para cá, aflora inevitavelmente a pergunta: o que se passa no Parque Antarctica? O clube se tornou nos últimos tempos uma frigideira de dirigentes, jogadores e técnicos.
Principalmente de técnicos. Depois de Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho, Luiz Felipe Scolari, que chegou como salvador da pátria há três meses, é o terceiro treinador de ponta a se chamuscar na fogueira verde.
Com uma série de resultados negativos e uma campanha pífia no Brasileirão, Felipão perdeu as estribeiras, ofendeu jornalistas, fez ameaças a torto e a direito.
Mesmo que conquiste o título da Sul-Americana e conserte o time, sua imagem já não é a do treinador soberano, acima do bem e do mal.
Não conheço as internas alviverdes, as brigas de bastidores, as eventuais panelinhas de atletas, as relações entre cartolas e torcidas organizadas. Talvez seja algo para o Juca Kfouri e o PVC explicarem.
Para quem olha de fora, a duradoura crise alviverde lembra a urucubaca que parecia pesar sobre o Corinthians em outros tempos. Naquela época, dizia-se que um sapo tinha sido enterrado no Parque São Jorge. Talvez seja o caso de aproveitar as reformas no Parque Antarctica para fazer uma busca minuciosa no gramado.
Ou pelo menos um ritual de descarrego.

CAMISAS TROCADAS
Ao final do Majestoso de amanhã, no Morumbi, seria interessante se, na tradicional troca de camisas, o corintiano Bruno César trocasse a sua com o são-paulino Lucas.
Como mostrou ontem o UOL Esporte, cada um dos dois jovens talentos começou na base do time rival: Bruno César no São Paulo, Lucas no Corinthians. Frustrados pelo pouco apoio recebido, trocaram de clube. Têm razões de sobra para "comer a bola" no clássico de amanhã.

jgcouto@uol.com.br


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