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Renda corintiana atinge recorde no ano da queda
Clube ganhou R$ 127,9 milhões até outubro e deve superar o campeão São Paulo
Maioria das receitas do time do Parque São Jorge, inchadas por negociação de Willian, foi utilizada para pagar dívidas ou pessoal
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano em que foi rebaixado
à Série B do Brasileiro, o Corinthians atingiu sua maior arrecadação e uma das maiores da
história do futebol brasileiro.
Em 2007, o clube de Parque
São Jorge deve superar as rendas do rival São Paulo, que é o
que mais arrecada no país.
Isso pode ser constatado com
uma análise dos balancetes divulgados pela diretoria corintiana nos últimos dias.
Pelos documentos, até o final
de outubro, o Corinthians arrecadou R$ 127,9 milhões. Neste
valor não são considerados os
últimos dois meses do ano.
A diretoria do São Paulo estima que sua arrecadação final
no ano será de R$ 127 milhões.
A receita recorde atingida pelo
Corinthians deve-se às negociações de jogadores, principalmente do meia Willian. Houve
outra venda expressiva, de Carlos Alberto, também meia. O
clube ganhou R$ 73,6 milhões
com atletas. Só que, desse total,
cerca de R$ 11 milhões ainda
não foram recebidos pelo clube. É que o alemão Werder Bremen está pagando parceladamente por Carlos Alberto.
Além disso, boa parte do dinheiro ganho com essas negociações teve de ser usado para
pagar dívidas da gestão de Alberto Dualib. São R$ 14 milhões
em Imposto de Renda. Ainda
há o débito de R$ 21 milhões
com o Lyon referente a Nilmar,
que pode causar perdas esportivas se não for quitado.
Também sobre as outras receitas do Corinthians pesa o
passivo. No total, o futebol arrecadou R$ 44,4 milhões com
patrocínios e cotas de TV. O dinheiro da televisão do Brasileiro, por exemplo, não foi recebido em grande parte porque estava comprometido com adiantamentos feitos pelo Clube dos
13. O clube ainda ganhou R$ 9,9
milhões com o setor social.
Pelo último balancete, o passivo corintiano (obrigação a pagar) soma R$ 197 milhões. Uma
parte deste valor é de receitas a
realizar. Ou seja, valores que o
time, na verdade, vai receber
por contratos de TV. Mas os débitos compõem a maior parte.
Não foi só a retenção de receitas para pagar dívidas que
pesou. As despesas atingem valores vultosos. Segundo o balancete do fim de outubro, o total era de cerca de R$ 70 milhões com pessoal. "Há despesas importantes com pessoal.
Só devemos conseguir quitá-las
em três anos", explicou o vice-presidente de finanças do clube, Raul Corrêa da Silva.
A diretoria corintiana reconhece que dificilmente vai atingir os patamares de receitas de
2007, pois a venda de jogadores
é esporádica e incerta.
Os cartolas projetam um aumento de rendas de patrocínios
e cotas de TV -neste caso, terão de renegociar contratos da
Série B do Brasileiro. O problema é que, para fazer crescer esse tipo de receita, é preciso um
trabalho paulatino, que demora certo tempo para dar resultado. É o que mostram as finanças do São Paulo, maior arrecadador do país até o momento.
No ano passado, os são-paulinos ganharam em torno de R$
122,9 milhões, cerca de R$ 10
milhões a mais do que tinham
faturado no ano anterior. "Temos renegociado contratos de
TV e de marketing para aumentar nossas receitas", contou o
diretor de finanças do São Paulo, Oswaldo Vieira de Abreu.
Suas rendas só foram superadas pelo Santos, em 2005, que
ganhou R$ 136,7 milhões (a
maior parte do valor, resultado
das vendas de Robinho e Elano). O Corinthians pode até se
aproximar desse número em
2007, já que faltam dois meses
para o final do ano. Mas, ao contrário das outras arrecadações
recordes, acumula um déficit
de R$ 11,3 milhões até o final de
outubro. E o rebaixamento.
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