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mãozinha
Clube da "mala branca" bate recorde
Sete times sem pretensões, dobro da média nos pontos corridos, definem amanhã título, Libertadores e rebaixamento
Falta de confrontos diretos e excesso de coisas a decidir tornam a edição de 2008 a mais cheia de chances para incentivos de terceiros
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca uma rodada derradeira de um Campeonato Brasileiro teve tantos candidatos a receber a "mala branca" como a
que será disputada amanhã.
Sete clubes que não aspiram
mais ao título, a uma vaga na
Taça Libertadores ou a escapar
do rebaixamento enfrentam
clubes que ainda sonham com
um desses três feitos.
Ou seja: não têm mais interesse esportivo próprio em
suas partidas, o que abre a porta para o pagamento de "incentivos" por outras partes interessadas em suas vitórias.
Na era pontos corridos, a média de candidatos à "mala branca" na última rodada do Brasileiro é de 3,6 clubes por temporada. No ano passado, por
exemplo, foram quatro. Em
2006, apenas dois.
Dois fatores explicam a explosão no número de desinteressados que podem mudar o
destino do campeonato.
O primeiro é que o Brasileiro
de 2008 será o com a rodada final com mais definições a fazer.
Além do título, são duas vagas
na Libertadores e mais duas para o rebaixamento. No ano passado, antes da jornada derradeira, o título já estava definido
e só havia um lugar em aberto
no torneio sul-americano.
Além disso, só há um confronto direto (Atlético-PR x
Flamengo) entre times que ainda têm coisas importantes a definir na competição. O Santos,
que encara na Vila Belmiro o
desesperado Náutico, ainda
não está livre do rebaixamento,
mas só uma absolutamente improvável combinação de resultados faz o time cair, tanto que
ele mesmo virou um dos alvos
da "mala branca".
Com tantas oportunidades, a
"mala branca" virou o assunto
da semana da rodada final.
"Isso é normal no futebol,
mas até agora não chegou nada.
Eu não me envolvo muito nisso, deixo os jogadores resolverem essa questão", disse o técnico Vágner Mancini, do Vitória, que, com um triunfo sobre
o Vasco amanhã, em São Januário, pode ajudar clubes como Figueirense e Náutico.
Renato Gaúcho, o técnico do
clube carioca, defendeu a "mala
branca", que, no seu caso, teria
que ser grande, já que o Vasco
depende de tropeços de pelo
menos dois desses clubes -Figueirense (pega o Internacional), Náutico (Santos) e Atlético-PR (Flamengo).
"Sou a favor da "mala branca",
sim. Não há nada fora da lei. A
"mala branca" sempre existiu e
sempre vai existir no futebol. É
um dinheiro para o jogador se
esforçar em campo" afirmou o
treinador vascaíno.
"A "mala branca" sempre
existiu no futebol. Claro que o
pessoal de Flamengo e Palmeiras vai agitar os jogadores da
Portuguesa. Isso é um motivo a
mais para a gente jogar com seriedade", disse o goleiro Fábio,
do Cruzeiro, time que, se perder amanhã para a já rebaixada
Portuguesa, vai beneficiar Flamengo e Palmeiras na disputa
por um lugar na Libertadores
da América de 2009.
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