São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2008

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mãozinha

Clube da "mala branca" bate recorde

Sete times sem pretensões, dobro da média nos pontos corridos, definem amanhã título, Libertadores e rebaixamento

Falta de confrontos diretos e excesso de coisas a decidir tornam a edição de 2008 a mais cheia de chances para incentivos de terceiros


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca uma rodada derradeira de um Campeonato Brasileiro teve tantos candidatos a receber a "mala branca" como a que será disputada amanhã.
Sete clubes que não aspiram mais ao título, a uma vaga na Taça Libertadores ou a escapar do rebaixamento enfrentam clubes que ainda sonham com um desses três feitos.
Ou seja: não têm mais interesse esportivo próprio em suas partidas, o que abre a porta para o pagamento de "incentivos" por outras partes interessadas em suas vitórias.
Na era pontos corridos, a média de candidatos à "mala branca" na última rodada do Brasileiro é de 3,6 clubes por temporada. No ano passado, por exemplo, foram quatro. Em 2006, apenas dois.
Dois fatores explicam a explosão no número de desinteressados que podem mudar o destino do campeonato.
O primeiro é que o Brasileiro de 2008 será o com a rodada final com mais definições a fazer. Além do título, são duas vagas na Libertadores e mais duas para o rebaixamento. No ano passado, antes da jornada derradeira, o título já estava definido e só havia um lugar em aberto no torneio sul-americano.
Além disso, só há um confronto direto (Atlético-PR x Flamengo) entre times que ainda têm coisas importantes a definir na competição. O Santos, que encara na Vila Belmiro o desesperado Náutico, ainda não está livre do rebaixamento, mas só uma absolutamente improvável combinação de resultados faz o time cair, tanto que ele mesmo virou um dos alvos da "mala branca".
Com tantas oportunidades, a "mala branca" virou o assunto da semana da rodada final.
"Isso é normal no futebol, mas até agora não chegou nada. Eu não me envolvo muito nisso, deixo os jogadores resolverem essa questão", disse o técnico Vágner Mancini, do Vitória, que, com um triunfo sobre o Vasco amanhã, em São Januário, pode ajudar clubes como Figueirense e Náutico.
Renato Gaúcho, o técnico do clube carioca, defendeu a "mala branca", que, no seu caso, teria que ser grande, já que o Vasco depende de tropeços de pelo menos dois desses clubes -Figueirense (pega o Internacional), Náutico (Santos) e Atlético-PR (Flamengo).
"Sou a favor da "mala branca", sim. Não há nada fora da lei. A "mala branca" sempre existiu e sempre vai existir no futebol. É um dinheiro para o jogador se esforçar em campo" afirmou o treinador vascaíno.
"A "mala branca" sempre existiu no futebol. Claro que o pessoal de Flamengo e Palmeiras vai agitar os jogadores da Portuguesa. Isso é um motivo a mais para a gente jogar com seriedade", disse o goleiro Fábio, do Cruzeiro, time que, se perder amanhã para a já rebaixada Portuguesa, vai beneficiar Flamengo e Palmeiras na disputa por um lugar na Libertadores da América de 2009.


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