|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Filme sobre Petkovic espera hoje ter fim épico
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Aos 42min do segundo tempo da final do Estadual do Rio
de 2001, Edílson sofre uma falta perto da área. Petkovic toma
pouca distância diante da barreira de seis vascaínos, postada
na linha da grande área.
Aos 43min11s, o meia sérvio
chuta com o pé direito a bola,
que passa pela barreira, percorre os pouco mais de 25 metros
e, um segundo depois, entra no
ângulo esquerdo de Hélton.
A torcida rubro-negra explode no Maracanã, e Petkovic
corre, braços abertos e punhos
cerrados, em direção à lateral
esquerda do campo. Ergue os
braços e se deixa cair no gramado, extasiado. A partir daquele
momento, que deu ao time o tri
do Estadual, o gringo tinha escrito seu nome na história do
Flamengo e conquistado a
maior torcida do país.
Tal cena, ápice da carreira de
Petkovic, estava prevista para
ser o clímax do documentário
"O Gringo". Até hoje. Se o Flamengo for campeão nesta tarde, o filme deve mudar. A coprodução Brasil-Sérvia usará o
Maracanã como cenário para
gravar mais um capítulo.
"O foco era um jogo de 2001,
mas agora temos a prorrogação. Ele pode ser eleito o melhor jogador, e o Flamengo ser
campeão. Assim, terminaríamos o filme melhor do que imaginávamos", disse Boban, irmão e produtor-executivo.
Foi a partir do gol contra o
Vasco que ele e a Urca Filmes
tiveram a ideia de filmar as glórias brasileiras do sérvio mais
conhecido por aqui do que em
seu país de origem.
O projeto só se realizou agora, com a tortuosa volta de Petkovic ao Flamengo, inicialmente por causa da dívida trabalhista. Foi rejeitado por dirigentes
e pelo técnico Cuca, que logo
caiu, mas de quem ainda guarda mágoa. Com o sucesso, até o
candidato a presidente do clube Plínio Serpa Pinto -crítico
da volta- agradeceu o fato de o
sérvio não ter se manifestado
contra ele nas eleições.
"Achavam que ele estava velho. É o drama do documentário. Ficou primeiro a ideia de
que era só pela dívida, mas, com
o título, ele terá ajudado efetivamente o time a ser campeão",
disse Leonardo Edde, produtor
do filme, vascaíno e "vítima".
Embora a equipe tivesse filmado outros jogos do Brasileiro antes, a produção começou
efetivamente há um mês.
No dia 11, o jogador viaja para
a Sérvia, onde ficará por quase
um mês para filmar sobre sua
vida antes de vir para o Brasil,
em 1997. O jogador aparecerá
com as camisas do Estrela Vermelha, onde começou, além de
Vasco, Fluminense, Goiás, Santos, Atlético-MG, Real Madrid,
Sevilha, Vitória e Venezia.
O filme deve ser finalizado no
Brasil, para exibição antes da
Copa da África do Sul. Apesar
de ter mais de 20 horas de gravação, o tempo final do filme
não deve ser alterado pelos diretores Renato Martins e Darko Bajic, sérvio: 90 minutos, o
tempo de um jogo de futebol.
A produção tenta captar verba por meio de leis de incentivo
-os custos são estimados entre
R$ 600 mil e R$ 800 mil.
Na Sérvia, Petkovic é mais
conhecido como "Rambo", apelido de quando chegou a Belgrado, vindo do interior, porque era muito forte para seus 14
anos. Não tem nem de perto a
fama que fez por aqui, mas o irmão acredita que o documentário possa fazer sucesso por lá.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frase Índice
|