Clube, que tem poucas chances de conquistar o título, está perto de sua pior atuação nas últimas cinco temporadas

Diretoria planeja mudança no perfil do elenco, ensaia negócios com a Traffic e tenta se recapitalizar com venda de atletas em janeiro

CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL

As reduzidas chances de ainda conquistar o título brasileiro não impedem que o São Paulo já eleja 2010 como prioridade.
Hoje, às 17h, no Morumbi, a equipe enfrenta o Sport sob risco de encerrar sua pior temporada desde 2004, último ano em que terminou sem títulos.
Em 2005, o São Paulo conquistou a Libertadores e o Mundial. Nas três temporadas seguintes, o fracasso no torneio continental foi atenuado com as conquistas no Brasileiro.
Mas, em 2009, só uma reviravolta levará o time do Morumbi ao quarto título seguido. Em quarto lugar na tabela, os são- -paulinos precisam vencer o Sport e torcer por tropeços de Flamengo, Inter e Palmeiras.
Diante do fracasso iminente, a diretoria do clube já pensa em novos paradigmas para montar o time da próxima temporada.
Em primeiro lugar, haverá uma mudança no perfil de seu elenco. A avaliação é que, neste ano, os reforços -Renato Silva, Arouca, Junior César, Washington e Marlos são os que seguem no elenco- só se firmaram por falta de outras opções.
Por isso, em vez de buscar "revelações" do campeonato, como aconteceu no fim do ano passado, a ordem é fechar com atletas experientes e já tarimbados, como o meia Marcelinho Paraíba, o atacante Fernandão e o beque André Luís.
O caso do defensor, que jogou o Brasileiro pelo Barueri, é emblemático para mostrar as novas pretensões são-paulinas.
Com retrospecto de encrenqueiro, André Luís está suspenso pela Conmebol. Caso seja contratado, não poderá jogar as seis primeiras partidas da Libertadores do ano que vem.
Mesmo assim, a diretoria quer contratar o beque, de 1,92 m, para tentar solucionar as deficiências da zaga são-paulina na bola aérea, nítidas durante o Brasileiro, e dar "personalidade mais forte" ao grupo de 2010 -dirigentes avaliam que, neste ano, os jogadores não souberam administrar os momentos mais agudos de pressão.
Outro paradigma prestes a ruir no São Paulo é a aversão do clube, ao menos em seu discurso oficial, a parcerias. O ápice do processo será Fernandinho, atacante do Barueri, que será repassado ao Morumbi pela Traffic. Dona do atleta, a empresa seguirá responsável por seu destino e poderá negociá-lo até à revelia do São Paulo.
Por último, a cúpula do clube não fará grande esforço para segurar jogadores com propostas do exterior. Diferentemente dos últimos anos, quando diz ter recusado ofertas europeias por Hernanes e Miranda, o clube pretende, com a venda de jogadores, recapitalizar-se.
Desde o fim de 2007 o São Paulo não protagoniza uma grande negociação -a última foi a venda do zagueiro Breno, para o alemão Bayern de Munique, por US$ 18 milhões.
Curiosamente, após dois anos, Breno deve retornar ao Morumbi no ano que vem contratado por empréstimo.
Só nesta semana, Dagoberto, pretendido pelo Bayern de Munique, e André Dias, cobiçado pela Lazio, anunciaram que podem sair do Morumbi no fim do ano. Os dois ainda têm contrato vigente com o São Paulo, mas o clube não pretende segurá-los caso realmente surjam propostas oficiais.


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