São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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Símbolos da crise, Obina e Maurício se aproximam

DA REPORTAGEM LOCAL

Dia 18 de novembro, intervalo de Grêmio x Palmeiras. Sob olhares atônitos dos presentes no estádio Olímpico, Maurício Santos e Obina trocam socos no gramado. Dezoito dias depois de terem sido dispensados, eles se falam quase diariamente.
Ainda em Porto Alegre, os relatos são de que os dois passaram a noite conversando sobre o episódio. Pela manhã, dividiram o mesmo táxi para ir ao aeroporto -eles voltaram separados da delegação palmeirense.
"Ficamos mais amigos do que antes", diz Maurício, cria das categorias de base do Palmeiras. De acordo com o defensor, as conversas pelo telefone com o centroavante, que voltou para o Rio, são quase diárias.
"Ele está tranquilo. Agora, tem de dar continuidade ao trabalho", afirma o beque, que, "de férias" desde a briga, aguarda propostas de outros clubes.
"Alguns times já fizeram sondagens. Inclusive rivais do Palmeiras", afirma o zagueiro, cujo contrato com a equipe alviverde vai até dezembro de 2012.
A diretoria já anunciara, logo após a dispensa dos brigões, ainda no estádio gremista, que nenhum deles vestiria a camisa palmeirense novamente.
Dias depois, o goleiro Marcos pediu, em nome do elenco, a reintegração dos dois, o que foi negado pelos dirigentes.
Recentemente, Maurício voltou ao centro de treinamentos do clube apenas para recolher as suas coisas e se despedir do elenco. Está no clube desde os 11 anos (hoje tem 21), tendo passado por todas as divisões até chegar ao profissional.
"Fiquei triste com tudo aquilo, mas tenho de seguir minha carreira agora", diz o zagueiro.
A polêmica troca de sopapos no Sul foi a gota d'água da crise palmeirense. Ali foi revelado o tamanho da tensão que o time vinha sofrendo desde o início da queda no campeonato.
Alguns reflexos disso, como as agressões sofridas pelo atacante Vagner Love por torcedores palmeirenses quando saía de uma agência bancária, na última terça, ainda assustam um pouco o próprio Maurício.
"Um ou outro torcedor às vezes vem falar besteira. Mas não são todos. Outro dia passei na frente do Parque Antarctica e vieram falar comigo, perguntar como eu estava", conta.
Apesar disso, ele temeu por represálias de torcedores à sua família, já que mora próximo do estádio palmeirense. "Ainda bem que não aconteceu nada", afirma, aliviado. (RC)


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