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Símbolos da crise, Obina e Maurício se aproximam
DA REPORTAGEM LOCAL
Dia 18 de novembro, intervalo de Grêmio x Palmeiras. Sob
olhares atônitos dos presentes
no estádio Olímpico, Maurício
Santos e Obina trocam socos no
gramado. Dezoito dias depois
de terem sido dispensados, eles
se falam quase diariamente.
Ainda em Porto Alegre, os relatos são de que os dois passaram a noite conversando sobre
o episódio. Pela manhã, dividiram o mesmo táxi para ir ao aeroporto -eles voltaram separados da delegação palmeirense.
"Ficamos mais amigos do
que antes", diz Maurício, cria
das categorias de base do Palmeiras. De acordo com o defensor, as conversas pelo telefone
com o centroavante, que voltou
para o Rio, são quase diárias.
"Ele está tranquilo. Agora,
tem de dar continuidade ao trabalho", afirma o beque, que, "de
férias" desde a briga, aguarda
propostas de outros clubes.
"Alguns times já fizeram sondagens. Inclusive rivais do Palmeiras", afirma o zagueiro, cujo
contrato com a equipe alviverde vai até dezembro de 2012.
A diretoria já anunciara, logo
após a dispensa dos brigões,
ainda no estádio gremista, que
nenhum deles vestiria a camisa
palmeirense novamente.
Dias depois, o goleiro Marcos
pediu, em nome do elenco, a
reintegração dos dois, o que foi
negado pelos dirigentes.
Recentemente, Maurício voltou ao centro de treinamentos
do clube apenas para recolher
as suas coisas e se despedir do
elenco. Está no clube desde os
11 anos (hoje tem 21), tendo
passado por todas as divisões
até chegar ao profissional.
"Fiquei triste com tudo aquilo, mas tenho de seguir minha
carreira agora", diz o zagueiro.
A polêmica troca de sopapos
no Sul foi a gota d'água da crise
palmeirense. Ali foi revelado o
tamanho da tensão que o time
vinha sofrendo desde o início
da queda no campeonato.
Alguns reflexos disso, como
as agressões sofridas pelo atacante Vagner Love por torcedores palmeirenses quando saía
de uma agência bancária, na última terça, ainda assustam um
pouco o próprio Maurício.
"Um ou outro torcedor às vezes vem falar besteira. Mas não
são todos. Outro dia passei na
frente do Parque Antarctica e
vieram falar comigo, perguntar
como eu estava", conta.
Apesar disso, ele temeu por
represálias de torcedores à sua
família, já que mora próximo
do estádio palmeirense. "Ainda
bem que não aconteceu nada",
afirma, aliviado.
(RC)
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