São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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Brasileiros ficam longe de seleção na Copa de 2010

Estudo da Fifa mostra que Brasil já é sucesso de público no Mundial, mas ingressos estão com torcedores estrangeiros

Além de equipe de Dunga, que jogará em estádios com grande capacidade, apenas Inglaterra teve esgotadas as entradas à venda até agora

PAULO COBOS
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS À CIDADE DO CABO

A seleção brasileira é um dos raros sucessos de público já garantidos para a Copa de 2010. Mas não para os brasileiros.
Ao ser indicado para o Grupo G, um dos preferidos para o Brasil pelos organizadores, por concentrar os jogos da equipe até a final em grandes estádios, fez a alegria da até agora combalida bilheteria do Mundial.
Nas duas primeiras fases de venda de ingressos para a Copa (20% deles encalharam), as únicas seleções que tiveram as entradas esgotadas para seus jogos foram Brasil e Inglaterra. Mas um segundo relatório da Fifa mostra que o time de Dunga jogará com uma plateia quase toda de estrangeiros.
Segundo o último relatório da entidade, os brasileiros, apesar de tempos de real forte e ingressos até que baratos (os mais em conta para a primeira fase saem por menos de R$ 100), aparecem apenas em um modesto nono lugar na procura por entradas para a Copa.
Segundo a Fifa, apenas 8.006 entradas para residentes no Brasil foram vendidas até o mês passado. É menos do que 10% dos ingressos vendidos nos EUA (84.103). Ou cerca de um quinto dos bilhetes comercializados no Reino Unido (48.388).
Países de pouca tradição no futebol e com populações menores do que a brasileira mostraram mais interesse. Australianos compraram 17.876 ingressos, e canadenses, 11.662.
A venda de pacotes pelas operadoras credenciadas ainda não engrenou. As agências esperavam a definição das chaves para o ritmo de venda crescer.
Ao ser indicado para o Grupo G, o Brasil, caso chegue à final como primeiro da sua chave, fará seis de suas sete partidas em estádios com capacidade superior a 60 mil pessoas -somente quatro das dez arenas da Copa de 2010 têm esse tamanho.
Com exceção das quartas de final, quando jogaria em Port Elizabeth, o time nacional também só se apresentaria em cidades com boa infraestrutura hoteleira -os sul-africanos temem que os municípios menores não comportem os interessados em assistir aos jogos de brasileiros e ingleses.
Na primeira fase, o Brasil pega a Coreia do Norte no Ellis Park, com capacidade para 62 mil pessoas. Depois, desafia a Costa do Marfim no Soccer City, onde cabem 94,7 mil pessoas. Fecha sua participação na chave contra Portugal, no moderno estádio de Durban, que comporta 70 mil torcedores.
Ontem, a Fifa voltou a pedir ajuda para vender os ingressos -o terceiro lote, com 1 milhão de entradas, começou a ser comercializado ontem. Dessa vez, o pedido, feito por Horst R. Schmidt, o cartola responsável pelas entradas, visou o "apoio da mídia". A entidade oferece entrada até para países que não se classificaram ao Mundial.


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