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Especialista
Dono de quatro títulos brasileiros em cinco anos, Muricy Ramalho , que recusou a seleção depois da Copa do Mundo, é o treinador que mais pontuou na era pontos corridos
DO ENVIADO A GOIÂNIA
Muricy Ramalho é o nome
mais vitorioso da ainda curta
era dos pontos corridos no
Campeonato Brasileiro.
Campeão nacional pela
quarta vez em cinco temporadas, o técnico do Fluminense acumula nos últimos
oito anos resultados incomparáveis com qualquer outro
treinador do país.
Não à toa, é o treinador
que mais somou pontos desde 2003, ano de implantação
do formato atual do torneio.
E tem ampliado sua folga na
liderança deste ranking.
Segundo números do Datafolha, o homem que levou
o Fluminense ao seu segundo título brasileiro somou
545 pontos nos últimos oito
anos. O segundo neste ranking é Vanderlei Luxemburgo, hoje técnico do Flamengo, que marcou 453.
A vantagem está crescendo. Antes do início do Brasileiro, era de 56 pontos. Agora, pulou para 92.
A regularidade de Muricy
nos últimos anos impressiona. Desde 2005, ele sempre
chega à última rodada do
Brasileiro em condições de
levantar o troféu.
Cumpriu o objetivo em
quatro oportunidades. Com o
São Paulo, clube ao qual ainda tem a imagem bastante
vinculada, foi tricampeão legítimo (2006 a 2008).
Um ano antes do início
desta série, ficou no quase.
O Inter por ele dirigido liderava o Brasileiro até a anulação de 11 jogos apitados por
Edílson Pereira de Carvalho.
As partidas dirigidas pelo ex-
-árbitro, que admitiu ter recebido dinheiro para manipular resultados, foram disputadas novamente.
Os novos placares puseram o Corinthians, o campeão daquele ano, na ponta
-os gaúchos foram vice.
No ano passado, Muricy
viveu seu maior fracasso. Falhou pelo quarto ano consecutivo em levar o São Paulo
ao título da Libertadores e foi
demitido. Acabou contratado pelo Palmeiras, onde desperdiçou a chance de ser tetra do Brasileiro.
O time foi líder durante
boa parte da competição,
mas acumulou uma série de
resultados negativos na reta
final do torneio e terminou
até mesmo fora da zona de
classificação para a Libertadores -foi o quinto.
A derrapada não fui suficiente para derrubá-lo, mas o
deixou frágil dentro do clube
e diante da torcida. Na primeira crise de 2010, não resistiu e foi dispensado.
E então, surgiu a oportunidade de dirigir o Fluminense,
clube turbinado pelo dinheiro da patrocinadora Unimed
e que conta no elenco com
Conca, meia argentino por
quem Muricy Ramalho nunca escondeu sua admiração.
Foi convidado para assumir a seleção brasileira depois da Copa, mas seu novo
clube não o liberou.
Técnico pela primeira vez
no Rio, Muricy mudou. Trocou o habitual mau humor
por sorrisos (discretos) e deixou de lado a agressividade
durante as entrevistas.
Antes de se transformar no
treinador mais vitorioso da
era dos pontos corridos do
Brasileiro, Muricy tinha outra especialidade: Estaduais.
Conquistou cinco títulos
consecutivos. Em 2001 e
2002, foi campeão pernambucano pelo Náutico. No Rio
Grande do Sul, foram dois títulos com o Inter, em 2003 e
2005. Em 2004, levantou a taça paulista com o surpreendente São Caetano.
Mas Muricy passou a priorizar outros torneios depois
que desembarcou no São
Paulo, clube onde construiu
sua imagem de multicampeão brasileiro, reforçada no
Fluminense.
(RAFAEL REIS)
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