São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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Nova Ferrari "clona" McLaren

Equipe italiana copia rival e reduz distância entre eixos do carro para ir bem em circuitos travados

F2008 é lançado sem pompa nem alarde em Maranello; time diz que o carro será modificado até a estréia do Mundial de F-1, em março

Divulgação Ferrari
Os pilotos Felipe Massa e Kimi Raikkonen e o diretor esportivo da equipe italiana, Stefano Domenicali (sem uniforme), posam com a F2008, em Maranelo

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MARANELLO

Sem festa nem alarde, a Ferrari lançou ontem o carro que usará na temporada de 2008 da F-1. O motivo, segundo os dirigentes da escuderia presentes no evento realizado na sede da equipe, em Maranello, era manter a concentração no desenvolvimento do F2008.
A principal modificação em relação ao modelo usado no ano passado, além da abolição do controle de tração, que será obrigatório para todas as equipes, foi "clonar" a McLaren.
Para este ano, a Ferrari diminuiu a distância entre os eixos de seu carro, algo que em 2007 foi apontado como um dos principais responsáveis pelo mau rendimento ferrarista em circuitos mais travados.
Superior em longas retas e em curvas de alta velocidade, a Ferrari mais comprida do ano passado acabou sendo superada com facilidade pela McLaren nos circuitos de baixa. Outras equipes, como Renault e BMW, também tinham distância similar à do time inglês.
"Trabalhamos muito para resolver os problemas que tivemos em alguns circuitos, como Mônaco, Hungria e Canadá", explicou Aldo Costa, novo diretor técnico ferrarista.
"Nós nos concentramos em aspectos aerodinâmicos que podem ajudar nessas pistas, mas fizemos isso de maneira a não sacrificar o desempenho que já tínhamos nas outras. Queremos ir bem em todas as pistas. É o objetivo."
Talvez por ter "copiado" o expediente usado pelas rivais, a Ferrari distribuiu um folheto bem "pobre" neste ano. Apenas algumas das especificações técnicas foram apresentadas e, assim como no ano passado, fotos e imagens do F2008 só as distribuídas pela escuderia.
"O folheto está exatamente como queremos, sem medidas exatas ou detalhes", explicou Luca Colajanni, assessor de imprensa do time italiano.
Os jornalistas presentes tiveram acesso à garagem onde o carro estava, mas nem celulares eram permitidos no local, vigiado por pelo menos cinco funcionários da Ferrari.
Apesar do sigilo, Costa já avisou que o carro que vai estrear na Austrália, em 16 de março, deve ser bem diferente do apresentado ontem. "As superfícies aerodinâmicas serão refeitas para Melbourne, já que passaremos por uma evolução até lá. A idéia é ter novos elementos em todas as corridas para ter uma evolução constante."
O maior problema da Ferrari no desenvolvimento do modelo foi se adaptar à nova centralina (equipamento que gerencia toda a eletrônica do carro).
Padronizado, o item será produzido pela McLaren. "Estamos trabalhando desde junho nisso e tenho certeza de que, até a estréia, já teremos um conhecimento muito melhor", disse Gilles Simon, diretor de motores e engenharia.


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