"Vida real" e problemas com uma dupla na ATP mostram que há muito a fazer para este ser um ano feliz

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

AISAM-UL-HAQ QURESHI é paquistanês. Nome complicado, você nunca ouviu falar. Com esse nome, se já tivesse ouvido, jamais teria esquecido. Pois Qureshi, que nasceu e vive em Lahore, é tenista profissional, já há dez anos.
Aos 28, quase 29 anos, que completa agora em março, ainda busca um lugar ao sol. Começou pequeno, aos 14, quando a mãe lhe ensinou as primeira raquetadas. Juvenil, chegou a ser o sétimo do ranking mundial, posição jamais alcançada por um paquistanês em qualquer ranking de tênis. Há pouco mais de um ano, chegou perto do top 100. Atingiu a posição de número 103.
Rohan Bopanna é outro nome que, apesar de menos complicado, você nunca ouviu falar. Com 28 anos, 29 em março próximo, Bopanna é indiano. Tem história parecida: começou a jogar quando criança, com 11 anos, levado por familiares, e luta para ter seu nome na história do tênis. O máximo que conseguiu chegar foi ao 213º lugar do ranking. Juntos, Aisam e Bopanna formam uma das melhores duplas. Começaram a jogar juntos em 2007 e ganharam quatro Challengers seguidos.
Em meados de 2008, Bopanna era o 43º do ranking, e Aisam, o 52º.
Obtiveram vaga em Grand Slam.
Não tiveram muita sorte: em Roland Garros, pegaram os irmãos Brian de cara e perderam. Em Wimbledon, faturaram a primeira vitória. A dupla ainda foi ao Aberto dos EUA, mas caiu ante Sebastien Grosjean.
Ainda assim, 2008 foi cheio de realizações. A sintonia entre eles crescia a cada evento. O que esperar em 2009, senão um ano melhor? Mas, no tênis, 2009 começou mal.
Bopanna e Qureshi não puderam se juntar para abrir a temporada na chave de duplas em Chennai. Oficialmente, Qureshi deveria ter pedido antes um visto para jogar na Índia. Na prática, tensões políticas e guerra velada atrapalharam a dupla.
Bopanna teve de achar parceiro de última hora, mas ele e Qureshi, dizem, voltarão a se juntar. Apesar de o dia-a-dia estar cada vez mais duro, histórias e parcerias como as de Qureshi e Bopanna fazem acreditar que este pode ser um feliz ano novo.

PELO MUNDO
E o circuito, então, começou, com torneios em Brisbane (Austrália), Chennai (Índia) e Doha (Qatar).

NA COSTA DO SAUÍPE
Dos inscritos, destaque para Nicolas Almagro, Tommy Robredo, Juan Carlos Ferrero, Juan Monaco e Jose Acasuso. Do Brasil, até hoje, Thomaz Bellucci e Marcos Daniel.

EM SÃO PAULO
O Parque Villa-Lobos terá nesta semana o Prime Aberto de São Paulo, da série challenger. O torneio fecha a série que viu Daniel Silva vencer o Prime Futures Aberto de São Paulo, no domingo, e, antes, Eric Gomes faturar outros dois Futures.

reandaku@uol.com.br

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