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Acordo tira Farah da disputa pela CBF
da Reportagem Local
Ricardo Teixeira não deverá ter
adversário na disputa pela presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Eduardo José
Farah, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), anunciou
anteontem que desistiu de sua candidatura ao comando da entidade.
A eleição será realizada no segundo semestre deste ano.
Porém a desistência de Farah não
sairá "de graça" para Teixeira.
O presidente da CBF deverá oferecer para o dirigente paulista um
cargo no comitê executivo da entidade, órgão que deverá ser criado
por Teixeira, nos moldes do comitê executivo da Fifa.
Com isso, Farah terá influência
direta nas competições organizadas pela CBF, aumentando sua base eleitoral para 2003, quando finalmente deverá disputar a presidência da entidade.
Os detalhes finais do acordo entre os dirigentes vão ser fechados
numa reunião no dia 19.
Oficialmente, a desistência de
Farah deve-se à mudança da postura de Teixeira em relação aos
planejamentos da CBF para o futebol brasileiro.
O paulista exige um limite de 20
clubes na Série A e na Série B, a
partir de 2.000, além de 48 clubes
na Série C do Campeonato Brasileiro já para este ano. O dirigente
também pede que as vagas para a
Série C sejam disputadas nos torneios regionais, não distribuídas
em indicações políticas.
Quando soube que Farah pretendia disputar a presidência da CBF,
como antecipou a Folha, Teixeira
iniciou uma grande campanha para garantir votos no colégio eleitoral que escolhe o presidente da
CBF -as federações regionais e os
clubes da primeira divisão do
Campeonato Brasileiro.
Para neutralizar os planos de Farah, Teixeira decidiu "inchar" a
Copa do Brasil.
A competição, que classifica seu
campeão para a Taça Libertadores,
a mais importante competição sul-americana, teve o número de participantes ampliado de 32 para 50
clubes na edição deste ano.
Além disso, Teixeira empreendeu uma campanha entre as federações do Norte e do Nordeste. O
dirigente compareceu, no último
dia 17, ao Fórum do Norte e Nordeste, que debateu os problemas
do futebol na região.
Foi a primeira aparição pública
de Teixeira depois do grave acidente que ele sofreu cavalgando,
em outubro, quando fraturou o fêmur de sua perna direita. Desde
então, ele se afastou do comando
da CBF. Segundo Alfredo Nunes,
presidente interino da entidade,
Teixeira tem hoje cerca de 70% dos
votos do colégio eleitoral que escolhe o presidente do órgão.
Para arregimentar votos entre as
federações mais pobres, Farah
chegou oferecer, em novembro,
uma ajuda de R$ 12 milhões para
as entidades deficitárias.
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