São Paulo, quinta, 7 de janeiro de 1999

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Acordo tira Farah da disputa pela CBF

da Reportagem Local

Ricardo Teixeira não deverá ter adversário na disputa pela presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Eduardo José Farah, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), anunciou anteontem que desistiu de sua candidatura ao comando da entidade. A eleição será realizada no segundo semestre deste ano.
Porém a desistência de Farah não sairá "de graça" para Teixeira.
O presidente da CBF deverá oferecer para o dirigente paulista um cargo no comitê executivo da entidade, órgão que deverá ser criado por Teixeira, nos moldes do comitê executivo da Fifa.
Com isso, Farah terá influência direta nas competições organizadas pela CBF, aumentando sua base eleitoral para 2003, quando finalmente deverá disputar a presidência da entidade.
Os detalhes finais do acordo entre os dirigentes vão ser fechados numa reunião no dia 19.
Oficialmente, a desistência de Farah deve-se à mudança da postura de Teixeira em relação aos planejamentos da CBF para o futebol brasileiro.
O paulista exige um limite de 20 clubes na Série A e na Série B, a partir de 2.000, além de 48 clubes na Série C do Campeonato Brasileiro já para este ano. O dirigente também pede que as vagas para a Série C sejam disputadas nos torneios regionais, não distribuídas em indicações políticas.
Quando soube que Farah pretendia disputar a presidência da CBF, como antecipou a Folha, Teixeira iniciou uma grande campanha para garantir votos no colégio eleitoral que escolhe o presidente da CBF -as federações regionais e os clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Para neutralizar os planos de Farah, Teixeira decidiu "inchar" a Copa do Brasil.
A competição, que classifica seu campeão para a Taça Libertadores, a mais importante competição sul-americana, teve o número de participantes ampliado de 32 para 50 clubes na edição deste ano.
Além disso, Teixeira empreendeu uma campanha entre as federações do Norte e do Nordeste. O dirigente compareceu, no último dia 17, ao Fórum do Norte e Nordeste, que debateu os problemas do futebol na região.
Foi a primeira aparição pública de Teixeira depois do grave acidente que ele sofreu cavalgando, em outubro, quando fraturou o fêmur de sua perna direita. Desde então, ele se afastou do comando da CBF. Segundo Alfredo Nunes, presidente interino da entidade, Teixeira tem hoje cerca de 70% dos votos do colégio eleitoral que escolhe o presidente do órgão.
Para arregimentar votos entre as federações mais pobres, Farah chegou oferecer, em novembro, uma ajuda de R$ 12 milhões para as entidades deficitárias.



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